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Presidente do Cidadania diz que Luciano Huck é o candidato dos sonhos

Rede Globo determinou que Luciano Huck tem até março para definir se vai ser candidato em 2022 - Reprodução/Globo
Rede Globo determinou que Luciano Huck tem até março para definir se vai ser candidato em 2022 Imagem: Reprodução/Globo

Colaboração para o UOL

27/11/2020 08h43

Roberto Freire, presidente do partido Cidadania, quer que o apresentador Luciano Huck entre na disputa presidencial de 2022. Ele entende que Huck é o "candidato dos sonhos", "tem conteúdo" e é um "progressista".

Inicialmente Freire elogiou Huck pelo trabalho como apresentador. "Sim (é o candidato dos sonhos), falo com muita ênfase. Eu o conheço, não estou falando do nome de uma celebridade. Ele tem conteúdo, tem formação. E informação. É alguém que tem liderança, não é qualquer um que faz programa de televisão com ligação direta com a população mais vulnerável deste país", disse Freire, em entrevista à revista Crusoé.

Depois Freire explicou que Huck vai além disso e também mostra conhecimento sobre áreas importantes, como desigualdade social e meio ambiente.

"Ele tem conhecimento e muita clareza de dois temas que são plataformas do futuro: o combate à desigualdade e a construção do futuro de uma pátria verde, por causa da biodiversidade. Só beócios é que ficam imaginando que riqueza se constrói destruindo a floresta, a Amazônia, quando a riqueza está na floresta em pé, na biodiversidade, na biotecnologia. Esse é o mundo do futuro. O pasto e o plantio de soja precisam de cada vez menos terra pelo avanço da produtividade, do conhecimento. Se alguém pensar que falo isso dele é porque ele é apresentador de televisão, não entendeu nada", explicou Freire.

O presidente do Cidadania criticou a esquerda, dizendo que ela é reacionária. "Essa esquerda analisa o Huck sem conhecer nada sobre ele". Segundo Freire, o apresentador pode representar mais do que apenas as ideias da direita.

"Ele é claramente um progressista e tem a visão de que a principal tarefa de qualquer homem público do Brasil é combater a desigualdade, coisa que a esquerda não faz. Ficaram mais de doze anos no poder e a sociedade continua sendo uma das mais desiguais do mundo", criticou Freire.

Questionado se Huck está disposto a abrir mão da carreira na televisão para entrar na política, Freire citou uma declaração de Antonio Britto (Cidadania), ex-governador do Rio Grande do Sul, que também trabalhou na TV antes de ser político. Segundo ele "Huck está atravessando a rua".

A Rede Globo estipulou que Huck precisa decidir até março se vai ser candidato em 2022. Isso porque ambas partes precisam preparar o terreno para uma possível despedida. Caso ele decida seguir a carreira política, o programa "Caldeirão" deve sair do ar no meio do ano que vem, por volta de junho. Caso contrário, eles precisam negociar uma renovação de contrato, pois o acordo atual só é válido até 2021.

Recentemente Huck se reuniu com Sergio Moro para negociar uma possível aliança eleitoral para 2022. Mas ainda não há uma definição se eles farão uma chapa. Nenhum deles está filiado a algum partido atualmente.

Roberto Freire disse que Moro é mau visto por alguns políticos, mas ressaltou que pode negociar uma parceria com ele no futuro.

"Moro tem essa questão por sua atividade como juiz da Operação Lava-Jato. Ele prendeu um ex-presidente. É evidente que há setores da política que não querem diálogo. Só que eu acho que o diálogo tem que ser feito com todos oposicionistas, todas as forças de oposição. O Cidadania está buscando construir um polo democrático", anunciou Freire.