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Bolsonaro reforça apoio a Crivella, mas erra ao associar Paes ao PSOL

Reprodução/Facebook
Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

26/11/2020 21h28Atualizada em 27/11/2020 00h21

Mesmo após abandonar seu "horário eleitoral gratuito", o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reforçou seu apoio ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), que disputa o segundo turno da eleição contra Eduardo Paes (DEM). Ao criticar Paes, porém, Bolsonaro errou ao associá-lo ao PSOL, reproduzindo uma acusação feita recentemente por Crivella.

"Domingo vou ao Rio de Janeiro, vou votar. Pessoal já sabe em quem vou votar, fiz campanha para o Marcelo Crivella", disse o presidente durante sua live semanal. "No Rio de Janeiro, o candidato a prefeito lá [Paes] prometeu ao PSOL a Secretaria de Educação. Se esse cara ganhar, não reclame do lixo que o teu filho vai ter quando chegar na sala de aula", acrescentou.

O discurso é semelhante ao feito por Crivella há uma semana, em vídeo. "Tem um inimigo que, se pudesse, daria outra facada no Bolsonaro, que é o PSOL. O PSOL está com o Eduardo Paes. O PSOL, dizem, vai tomar conta da secretaria de Educação. Agora, você imagina... Pedofilia nas escolas", acusou, sem provas, o prefeito do Rio.

Paes já negou que haja acordo político ou para troca de cargos com o PSOL e disse que vai processar o adversário.

Fim da "live eleitoral"

A menção de Bolsonaro a Crivella veio apenas ao final da live, ainda que o presidente tivesse em cima da mesa um papel com a foto e o número do prefeito do Rio. Antes do primeiro turno, Bolsonaro costumava mostrar imagens dos candidatos a quem pedia votos — ao todo, foram 59 —, o que não fez hoje com Crivella.

O "horário eleitoral gratuito" de Bolsonaro, transmitido do Palácio da Alvorada, está sendo investigado pelo Ministério Público Federal e é questionado na Justiça Eleitoral, no STF (Supremo Tribunal Federal) e no TCU (Tribunal de Contas da União) pela Rede.

Inicialmente, o presidente disse que não se envolveria nas eleições municipais, mas passou a pedir votos para dezenas de candidatos em suas transmissões ao vivo desde o dia 29 de outubro. Na semana do primeiro turno, ele fez lives de segunda (9) a quinta (12), tendo desistido daquela marcada para sexta (13) porque "a legislação não é clara sobre sua realização a partir desta data".

Ao todo, Bolsonaro apoiou 13 prefeitos, 45 vereadores — incluindo seu filho Carlos (Republicanos-RJ) — e uma senadora. Os escolhidos são pessoas das relações pessoais da família do presidente ou sugeridos por assessores e aliados, como os deputados federais Hélio Lopes (PSL-RJ) e Major Vitor Hugo (PSL-GO).

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