PT discute nesta noite se apoia ou não Rodrigo Maia na sucessão da Câmara
Maior bancada da Câmara dos Deputados, com 51 parlamentares, o PT discute na noite desta quarta-feira (16) que lado tomar na sucessão para o comando da Casa, cuja eleição será em fevereiro.
A questão é decidir se os petistas apoiarão o mesmo bloco liderado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda sem candidato definido, ou o chefiado por Arthur Lira (PP-AL), líder do centrão e que se apresenta como candidato e estaria alinhado às pautas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
O líder do PT, Enio Verri (PR), disse que uma terceira possibilidade é o partido lançar um candidato próprio ou em conjunto com o PSOL. Ele disse ao UOL que tudo precisa ser debatido hoje numa noite "longa".
Maia já tem a simpatia de parte importante da oposição, como o PSB, com 31 deputados, e o PDT, com 28. O espaço para uma candidatura de oposição parece apertado, segundo fontes ouvidas pela reportagem
Apoio de Dirceu a Arthur Lira
Verri não revela quem são os parlamentares que defendem cada uma das propostas que estarão sobre a mesa na reunião de hoje à noite. Mas a reportagem apurou que o ex-ministro José Dirceu e seu filho, o deputado Zeca Dirceu (PR), defendem uma composição com Arthur Lira.
O pensamento não é majoritário no partido, mas a ideia é o pragmatismo. Para eles, pouco importaria ter um presidente aliado a Maia ou ter Lira na Presidência: as pautas econômicas seriam executadas da mesma maneira. E, pior, se o PT ficar do lado derrotado, o temor é ser alijado dos espaços de poder dentro da Câmara, o que pode comprometer o enfrentamento a Bolsonaro em 2022.
Boa parte dos petistas — dentre eles Carlos Zarattini (SP) e José Guimarães (CE) — entendem que apoiar o bloco de Rodrigo Maia é uma escolha mais inteligente. Apesar das divergências em pautas econômicas com o DEM, o fato é que a Casa manteria uma postura de maior independência em relação o governo Bolsonaro. Essa corrente é a mais forte dentro do partido por enquanto.
Candidato da oposição
A terceira opção é lançar uma candidatura das oposições. Um bom nome seria Lídice da Mata, do PSB da Bahia. Mas a proximidade do partido com o grupo de Maia diminui as chances disso.
Por ora, apenas o PSOL deve lançar a candidatura de uma mulher, para marcar posição histórica. Num segundo turno, a bancada de dez deputados despejaria seus votos contra Lira ou qualquer um que for "o bolsonarista da ocasião".
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