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Em discurso de posse, Paes exalta Rodrigo Maia e cita Bolsonaro só uma vez

Paes discursa ao lado de Rodrigo Maia após vencer a eleição para a prefeitura do Rio - WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Paes discursa ao lado de Rodrigo Maia após vencer a eleição para a prefeitura do Rio Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Igor Mello

Do UOL, no Rio

02/01/2021 04h00

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), usou a solenidade de posse no cargo para fazer uma espécie de desagravo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que tenta emplacar o sucessor na eleição da mesa diretora, daqui a um mês. Em compensação, fez apenas uma menção protocolar ao presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), também eleito pelo Rio.

Paes fez cinco menções a Maia durante o discurso. Logo ao saudar as autoridades presentes, pediu uma salva de palmas para o presidente da Câmara — que estava sentado na primeira fileira, ao lado de Paes e do vice-prefeito Nilton Caldeira. Nesse momento, Paes o definiu como "querido amigo" e "grande brasileiro", além de ter afirmado que ele era "muito responsável" por sua vitória na eleição de 2020.

Paes repetiu o tom de seu discurso da vitória e destacou o resultado da eleição de 2020 como uma vitória do diálogo. Em diversos momentos exaltou o regime democrático e afirmou que o país vive tempos difíceis. Nesse contexto, definiu Rodrigo Maia como o "senhor estabilidade" por conta de sua atuação à frente da Câmara.

"O recado das urnas é também o da confiança no diálogo e na democracia para nos guiar em tempos tão difíceis. Aliás, missão que o deputado Rodrigo Maia, junto com o deputado Callero e o deputado Pedro Paulo tem conduzido de maneira brilhante em Brasília. Senhor estabilidade, o deputado Rodrigo Maia", afirmou.

Em outro momento, voltou a mencionar Rodrigo Maia, dessa vez para destacar que foi a Câmara dos Deputados quem estabeleceu o valor de R$ 600 para o auxílio emergencial —o projeto enviado por Bolsonaro ao Congresso previa o valor de R$ 300. De acordo com pesquisas de opinião, o pagamento do benefício durante a pandemia de covid-19 ampliou a popularidade do presidente.

"No dia de hoje mais de 2 milhões de cariocas, Rodrigo, saíram do auxílio emergencial criado pela Câmara dos Deputados", pontuou.

A única menção a Bolsonaro foi protocolar, e nem sequer citou seu nome. Paes prometeu manter uma relação de diálogo com outras esferas governamentais: "como prefeito da cidade do Rio, terei uma relação construtiva e institucional com o presidente da República e com o governador do estado, sempre em defesa dos cariocas e da nossa cidade", ponderou.

Após uma relação marcada por embates, Maia e Bolsonaro estão em lados opostos na eleição da mesa diretora da Câmara.

Bolsonaro patrocina a candidatura de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da casa, enquanto Maia lançou o nome do aliado Baleia Rossi (MDB-SP) à sua sucessão.

Rodrigo Maia já acusou o governo de estar oferecendo cargos e liberação de emendas para deputados em troca do apoio à candidatura de Lira. Em resposta, o atual presidente da Câmara articulou um bloco de 11 partidos em apoio à Baleia Rossi, inclusive com a participação de legendas de oposição, como o PT.