Paes abre investigações contra Crivella em primeiro dia de governo
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), que tomou posse nesta sexta-feira (1º), abriu quatro investigações contra a gestão de seu antecessor, Marcelo Crivella (Republicanos). Crivella foi preso em 22 de dezembro, a nove dias do fim do mandato e estava afastado do cargo.
Em dois decretos publicados no Diário Oficial do Rio de Janeiro de hoje, Paes determinou a criação de comissões de investigação sobre os casos "QG da Propina", que levou à prisão de Crivella e seu afastamento do cargo, e "Guardiões do Crivella".
O caso "QG da Propina" trata de um suposto esquema de pagamentos de propina para liberação de contratos da prefeitura. De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio, o esquema teria arrecadado mais de R$ 53 milhões durante o governo de Crivella.
Já o caso "Guardiões do Crivella", revelado pela TV Globo, diz respeito ao uso de servidores públicos para impedir reportagens sobre a crise de saúde pública em frente a hospitais municipais do Rio. A ação era organizada por grupos de WhatsApp.
Além da investigação desses dois casos, Paes abriu outras duas apurações sobre a gestão de Crivella. Uma para investigar "o cometimento de eventual irregularidade na aquisição de equipamentos e insumos de saúde não utilizados" e outra sobre "eventual irregularidade na execução das obras e contratações do Hospital de Campanha do Riocentro".
As quatro investigações serão conduzidas pela Secretaria Municipal de Governo e Integridade Pública, pela Procuradoria-Geral e pela Controladoria Geral do Município. Um relatório de investigação deve ser entregue em até 30 dias — prazo que pode ser prorrogado por igual período.
O ex-prefeito Crivella tem negado todas as acusações e se diz vítima de perseguição política.
Outras medidas no 1º dia de governo
No Diário Oficial de hoje, Paes também deu início a outras frentes de atuação de seu governo. Uma das principais diz respeito a políticas de ajuste fiscal "para recompor as contas da cidade".
Entre medidas de início imediato estão corte de 30% dos gastos com cargos em comissão, redução de cargos de confiança, corte de gratificações e suspensão de concursos públicos.
Também foi instaurada auditoria sobre a folha de pagamentos de servidores, aposentados e pensionistas da administração pública municipal, e criado um grupo de trabalho para propor uma Reforma Tributária.
O prefeito também tomou medidas em relação à pandemia de covid-19. Determinou a criação de um comitê de enfrentamento à covid no SUS, estabeleceu a divulgação obrigatória de dados sobre ocupação de leitos e anunciou a promessa de criação de 343 novos leitos para pacientes com covid-19.
Ainda no primeiro dia de governo, Eduardo Paes instituiu um Plano de Ações para os 100 primeiros dias de governo, que deve ser detalhado nos próximos 15 dias.
Com Estadão Conteúdo
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