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PSL analisará possível expulsão de 20 deputados em conselho de ética

O deputado Vitor Hugo (PSL-GO) foi um dos que contrariou decisão do partido e não apoiará Baleia Rossi (MDB-SP) na eleição da Câmara - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
O deputado Vitor Hugo (PSL-GO) foi um dos que contrariou decisão do partido e não apoiará Baleia Rossi (MDB-SP) na eleição da Câmara Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

12/01/2021 15h21Atualizada em 12/01/2021 19h04

A Executiva Nacional do PSL decidiu hoje encaminhar ao conselho de ética interno representações disciplinares contra 20 deputados federais da ala do partido que defende o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), informou o vice-presidente do PSL, deputado Junior Bozzella (SP).

Os processos podem culminar na expulsão dos deputados do partido. A reunião do conselho de ética está prevista para amanhã. Na visão de Bozzella, esses parlamentares são "reincidentes" e não há como continuar com a atual situação de brigas permanentes dentro do PSL.

O PSL vem sofrendo com rachas entre essa ala bolsonarista e a ala mais ligada ao presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE), especialmente quando Bolsonaro se desfiliou da sigla.

A situação se tornou mais crítica desde que 32 deputados tidos como "dissidentes" resolveram apoiar o candidato à Presidência da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que tem nos bastidores o suporte do Palácio do Planalto, na semana passada. Esse apoio contraria a decisão da cúpula da legenda, que escolheu apoiar Baleia Rossi (MDB-SP), que tem por trás de sua candidatura o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Na publicação em que anunciou a migração de parte do PSL, o deputado Vitor Hugo (GO) afirmou que com o movimento os deputados deixam de estar ligados ao bloco que tinha partidos de esquerda como PT, PSB, PDT e PCdoB. O PCdoB, no entanto, ainda não se decidiu quanto a quem apoiar na disputa.

O problema em relação ao apoio é que 17 desses parlamentares estão suspensos na Câmara por terem sido punidos pelo PSL e precisarão de um aval da Mesa Diretora para que o apoio seja realmente ratificado. Desta forma, restam apenas 15 deputados aptos a migrarem de bloco e oficializarem o apoio ao candidato preferido pelo presidente da República. Uma reunião da Mesa Diretora está marcada para hoje ao final da tarde.

Atualmente, a Câmara dos Deputados só considera como integrantes da bancada do partido 36 dos 53 deputados filiados à legenda.

Os deputados que terão a situação analisada são:

  • Alê Silva (MG)
  • Aline Sleutjes (PR)
  • Bia Kicis (DF)
  • Bibo Nunes (RS)
  • Carla Zambelli (SP)
  • Carlos Jordy (RJ)
  • Caroline de Toni (SC)
  • Chris Tonietto (RJ)
  • Coronel Tadeu (SP)
  • Daniel Silveira (RJ)
  • Eduardo Bolsonaro (SP)
  • Filipe Barros (PR)
  • General Girão (RN)
  • Guiga Peixoto (SP)
  • Hélio Lopes (RJ)
  • Junio Amaral (MG)
  • Major Fabiana (RJ)
  • Márcio Labre (RJ)
  • Sanderson (RS)
  • Vitor Hugo (GO)

Um dos deputados que poderão ser expulsos do PSL disse à reportagem ter pedido que o partido autorize uma saída consentida do grupo. No entanto, até o momento, não há sinalização de que os deputados com o nome levado ao conselho de ética terão tal benefício.

O conselho encaminhará as notificações aos parlamentares e estes terão um prazo de até cinco dias para apresentar as respectivas defesas.

Somente após essas apresentações é que haverá um posicionamento do conselho. "A decisão final ainda precisa ser referendada pela Executiva Nacional e, posteriormente, pelo diretório nacional do PSL", afirmou o partido, em nota.