Grupo do MP-RJ que investigou Flávio Bolsonaro tem futuro indefinido
O Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) do Ministério Público do Rio de Janeiro, que investigou o caso da "rachadinha" de Flávio Bolsonaro e atualmente investiga o vereador Carlos Bolsonaro, está com futuro indefinido e pode não continuar. A partir deste sábado (16), documentos endereçados ao grupo devem ser direcionados para o novo procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos de Souza.
A remessa dos arquivos foi determinada em um ofício da coordenadora do Gaecc, Patrícia do Couto Villela, na sexta-feira (15). O contexto da decisão é que, no final de 2020, o então procurador-geral José Eduardo Ciotola Gussem determinou a interrupção das atividades dos grupos de ação especial do MP-RJ, para esperar a posse do seu sucessor.
Mattos de Souza foi empossado nessa sexta-feira (15). Na cerimônia, o novo procurador-geral disse que os grupos de ações especiais do MP-RJ, como o grupo de combate à corrupção, podem ser reavaliados.
"Todos os grupos serão avaliados na formatação que queremos fazer. O que a gente vai fazer é uma qualificação. Pode ser que esses grupos permaneçam. O Gaeco [Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado] é um grupo tradicional, mais estável. Os demais, vamos fazer uma nova avaliação, para ampliar, unificar, ou fazer novas formatações", declarou Mattos de Souza.
O Gaecc foi criado em 2016, por Gussem, para se especializar nas investigações sobre corrupção. A medida foi tomada depois que o MP-RJ foi criticado pela atuação no período do governo de Sérgio Cabral. O ex-governador do Rio acabou denunciado e condenado a mais de 200 anos de prisão, após investigações do MP-RJ. Outros integrantes do antigo governo também foram investigados e acabaram presos.
A indefinição sobre o futuro do grupo também paralisa as investigações em andamento, ao menos em um primeiro momento. Integrantes do MP ouvidos pelo UOL se preocupam com os prazos processuais. Entre questões apontadas, algumas investigações em andamento possuem interceptações telefônicas que precisam ser renovadas a cada 15 dias. Caso as renovações não sejam formalizadas, as escutas precisam ser interrompidas. O UOL questionou o MP-RJ se havia risco de perda de prazos e aguarda resposta.
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