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Procurador que denunciou Flávio Bolsonaro por "rachadinha" se aposenta

15.out.2019 - O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em foto de arquivo - Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
15.out.2019 - O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em foto de arquivo Imagem: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Juliana Dal Piva e Luís Adorno

Do UOL, no Rio de Janeiro e em São Paulo

16/01/2021 09h32Atualizada em 16/01/2021 22h12

O ex-procurador-geral de Justiça e Administração do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), José Eduardo Ciotola Gussem, responsável por denunciar o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) no suposto esquema de "rachadinha" que teria ocorrido no gabinete do filho do Presidente da República enquanto deputado estadual, estará aposentado a partir de segunda-feira (18).

De acordo com publicação no Diário Oficial de hoje, a aposentadoria acontecerá a pedido e por eficácia. Quem assumiu o lugar da chefia do MP-RJ foi o procurador Luciano Oliveira Mattos de Souza, 52. Ele foi o mais votado na lista tríplice enviada ao governador interino, Cláudio Castro (PSC), após eleição interna entre membros do MP-RJ ocorrida no mês passado.

A aposentadoria de Gussem, que tem 56 anos, uma idade considerada abaixo do normal, causou surpresa entre os membros do MP fluminense, de acordo com apuração do UOL.

Ontem, Gussem e o subprocurador-geral de Justiça de Assuntos Institucionais, Marfan Martins Vieira foram homenageados no edifício-sede do MP, no centro do Rio, com retratos inaugurados na galeria de ex-procuradores-gerais de Justiça do estado.

Mattos, o novo procurador-geral, tem atribuição direta na investigação e prosseguimento da denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro, além de ter o poder de fazer mudanças no grupo que tem como um dos seus alvos o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

"Rachadinha" de Flávio Bolsonaro

O filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro é acusado de liderar um esquema de "rachadinha" em seu antigo gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), que ocorreu por meio de 12 funcionários fantasmas entre 2007 e 2018, período em que exerceu o mandato de deputado estadual.

A denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) deve ser analisada em 2021 pelos desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Se for aceita, ele se tornará réu pelos crimes de peculato, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O valor total desviado dos cofres públicos, de acordo com o MP, foi de R$ 6,1 milhões.