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Bolsonaro fala em 'se preparar para 2022' e quer novo partido até março

O presidente Jair Bolsonaro cogita entrar em novo partido depois de março - Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O presidente Jair Bolsonaro cogita entrar em novo partido depois de março Imagem: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

25/01/2021 10h38Atualizada em 25/01/2021 12h38

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reafirmou hoje que pretende definir a sua filiação partidária até março e, dessa forma, "se preparar para as eleições de 2022" - ano em que ele deve disputar a reeleição para mais quatro anos de mandato.

O governante já havia estipulado esse prazo para decidir o futuro. Bolsonaro e seus aliados mais fiéis iniciaram, em 2019, uma mobilização para criar uma nova sigla, o Aliança pelo Brasil, logo depois que o presidente deixou o PSL.

Eleito pelo PSL um ano antes, Bolsonaro acabou rompendo com a legenda devido a divergências com um grupo de parlamentares e racha interno que colocou ele e o presidente da agremiação, o deputado federal Luciano Bivar (PE), em lados opostos.

O Aliança pelo Brasil começou a recolher assinaturas ainda em 2019, mas não obteve quantidade suficiente para obter o registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a tempo de disputar as eleições municipais em 2020. Desde então, o projeto não conseguiu engrenar. A busca por assinaturas também foi prejudicada pela pandemia do coronavírus, durante o ano passado.

"Em março vamos estudar se o partido decola ou não. Se não decolar, a gente vai ter que ter outro partido. Se não, não vamos ter como nos preparar para as eleições de 22", disse Bolsonaro, na manhã de hoje, ao deixar o Palácio da Alvorada, a residência oficial.

Embora ainda não se lance oficialmente como candidato à reeleição, a presença do atual mandatário na disputa em 2022 é dada como certa. Desde o ano passado, Bolsonaro passou a viajar o país, em ritmo de campanha, para inaugurações de obras públicas e participar de entregas do governo.

O político comentou hoje as dificuldades que a sua rede de apoiadores vem encontrando na tentativa de emplacar o Aliança pelo Brasil. "Muita burocracia. Muito trabalho. Certificação de fichas. Depois passa pelo TSE também. Então, o tempo está meio exíguo para a gente aí", declarou.

Bolsonaro disse ainda que, de acordo com o seu entendimento, não estaria "fazendo campanha para 2022" ao promover a mobilização pela criação da nova sigla. Na versão dele, o objetivo seria lançar uma agremiação para que os apoiadores que simpatizam com suas ideias pudessem concorrer.

"Não pode deixar de continuar trabalhando, mas vou ter que decidir. Não é por mim, né. Não estou fazendo campanha para 22. Mas o pessoal quer disputar e queria estar em um partido onde tivesse simpatia minha. Então, essa que é a intenção de a gente acertar."

"Eu não tenho como coordenar isso, não tenho tempo para isso. Tem o pessoal que ajuda, agradeço a vocês que ajudam de forma voluntária. Mas não é fácil você conseguir 500 mil fichas certificadas."