Lira diz que 'ninguém influi na presidência da Câmara'
Candidato a presidente da Câmara apoiado pelo Palácio do Planalto, o deputado Arthur Lira (PP-AL) disse hoje que "ninguém influi na presidência da Câmara". O deputado foi questionado por jornalistas sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que "se Deus quiser" vai "influir" na eleição.
"Eu não ouvi ninguém dizer que vai influir na presidência da Câmara", disse Lira. "Na presidência da Câmara ninguém influi", garantiu o deputado.
Lira também negou que haja influência excessiva do Planalto na disputa. "Não estou vendo nenhum deputado publicamente assumir que está tendo interferência", afirmou.
O deputado garantiu que, caso eleito, terá uma atuação independente em relação ao Poder Executivo.
"Se tiver oportunidade de ser eleito serei independente, serei altivo, serei autônomo e serei harmônico. Eu não vou procurar briga nem insuflar nenhum tipo de discussão", disse.
Ontem Bolsonaro afirmou a intenção de "influir" na eleição da Câmara. A declaração foi dada pelo presidente após uma reunião com deputados do PSL, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
"Viemos fazer uma reunião com 30 parlamentares do PSL e vamos, se Deus quiser, participar, influir na presidência da Câmara com esses parlamentares, de modo que possamos ter um relacionamento pacífico e produtivo para o nosso Brasil", afirmou o presidente.
Adversário reclama de interferência
Principal adversário de Lira na disputa, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) reclamou hoje da interferência do Palácio do Planalto na disputa. O emedebista fez coro à reclamação do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que chegou a discutir nesta semana com o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, por causa da influência do Executivo no pleito. Baleia é o candidato apoiado por Maia.
"Estou muito confiante nesta eleição. Acho que a interferência excessiva do Executivo no Legislativo não é bom para o Parlamento, não é bom para o Brasil", disse Baleia. "Esta interferência apequena nosso Parlamento. Quero ser presidente da Câmara dos Deputados, de uma Câmara que não se vende por 30 moedas", completou o candidato.
Baleia também defendeu uma atuação independente da Câmara, mas harmônica com os demais poderes. "Se a gente quer uma Câmara forte, se cada um dos deputados quer exercer seu mandato na plenitude, a Câmara deve ter a independência que está colocada na Constituição e também harmonia", disse.
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