Ciro Nogueira critica Itamaraty e diz que Centrão é parceiro de Bolsonaro
O PP (Partido Progressista) ganhou força política com a eleição de Arthur Lira para presidente da Câmara dos Deputados. O presidente do partido, Ciro Nogueira, admitiu que o Centrão, bloco político do qual o PP faz parte, é um parceiro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Mas fez críticas contra a postura de Ernesto Araújo no Itamaraty.
Inicialmente Ciro reclamou da postura de Ernesto nos contatos com a China. Nogueira entende que isso atrapalhou a negociação para obter insumos das vacinas contra covid-19. Depois ele afirmou que Bolsonaro deveria trocar o Ministro das Relações Exteriores ou pedir para que ele mude de postura.
"Criou-se uma imagem mundial muito ruim para o país, que foi superdimensionada pela situação do Itamaraty. E aí estou falando como senador, não como governo. Eu acho que deveria ser modificado. Não tenho nem dúvida. Se isso acontecer, a Bolsa sobe 30%. A condução tem que mudar, a condução do Itamaraty hoje prejudica o país. Ou o ministro muda, ou muda a condução", analisou Ciro Nogueira em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Antes de ser eleito, Bolsonaro costumava criticar as parcerias do governo federal com o Centrão. Mas recentemente ele se aproximou desse bloco partidário. Ciro Nogueira acredita que isso aconteceu por causa de pautas ligadas à economia.
"Quais votações importantes, seja aprovação de PEC, discussão de petróleo, passando por Lula, Dilma, Temer, que que não foram conduzidas pelos partidos de centro? É impossível. Quem tem coragem de enfrentar os problemas da nação são os partidos de centro. O Bolsonaro viu isso. Compare o governo Bolsonaro antes disso e veja se ainda tem manifestação aqui: 'fecha o Supremo, fecha o Congresso'. Acabou isso. Hoje o país tem estabilidade. O presidente nos vê como parceiros", afirmou Ciro Nogueira.
Porém, o presidente do PP ressaltou que não tem identificação total com as pautas do presidente. Chegou a afirmar que é "radicalmente contra" a autorização para porte de armas e indicou que o partido deve votar contra isso. Ontem Bolsonaro prometeu que fará, na semana que vem, 3 decretos sobre o assunto
Apesar dessa discordância sobre o que chamou de "matéria de costumes", Ciro Nogueira admitiu que o PP gostaria de ter um candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, na eleição presidencial de 2022.
"O vice é escolha pessoal do presidente, tem que dar estabilidade a ele, tem que ser alguém em quem ele confie. Se eu disser que não gostaria que ele escolhesse um vice do Progressistas, estaria mentindo. Mas isso não é condição para nosso apoio", concluiu Ciro.
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