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Morre aos 92 anos Paulo Egydio Martins, ex-governador de São Paulo

Julia Moraes/Folhapress
Imagem: Julia Moraes/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

12/02/2021 13h59Atualizada em 12/02/2021 15h16

O ex-governador de São Paulo Paulo Egydio Martins (PSDB) morreu hoje aos 92 anos. A informação foi confirmada pelo atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante entrevista coletiva sobre a pandemia de covid-19 realizada no Palácio dos Bandeirantes, na capital.

"Quero fazer um registro triste. Faleceu há pouco o ex-governador de São Paulo, Paulo Egydio Martins. Transmito minha solidariedade. Meu amigo. Fiquei sentido, triste e compartilho minha solidariedade e votos de pesar", afirmou Doria.

Governador de São Paulo de 1975 a 1979, durante a ditadura militar, Martins foi aliado do então presidente Ernesto Geisel e opositor da chamada linha dura do governo quando enfrentou sua maior crise política: o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do DOI-Codi, no dia 25 de outubro de 1975.

Em 2013, em depoimento à Comissão da Verdade de São Paulo, ele disse que o crime fazia parte de um plano para endurecer ainda mais o regime. "Queriam um regime mais forte, mais violento", contou à época.

Ex-filiado da Arena (Aliança Renovadora Nacional) — partido do regime ditatorial —, ele se opôs à estratégia do general Ednardo Dávila Melo, comandante do 2º Exército, que queria "aprofundar" o combate aos que tentavam "subverter" o governo. Em janeiro de 1976, ele foi o primeiro a informar Geisel sobre o assassinato do operário Manuel Fiel Filho. O crime levou o então presidente a exonerar Ednardo do seu posto.

Foi durante a gestão de Martins que algumas das obras mais importantes do estado de São Paulo foram inauguradas, como a Rodovia dos Bandeirantes, que liga a capital a diversas cidades do interior, e a pista ascendente da Rodovia dos Imigrantes, que liga a capital ao litoral sul.

O ex-governador ainda foi responsável pela assinatura de um acordo, em 4 de maio de 1976, com o antigo Ministério da Aeronáutica, que mais tarde resultaria na construção do Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos, o maior do Brasil.

Na área da saúde, Martins construiu o prédio dos ambulatórios, o Incor (Instituto do Coração) e o ICr (Instituto da Criança), todos no conjunto do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo). Durante sua gestão, também foram inaugurados o Hospital Universitário da USP e o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

A Unesp (Universidade Estadual Paulista), uma das quatro universidades públicas mantidas pelo estado de São Paulo — ao lado de USP, Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) — também é fruto do governo Martins.

(Com Estadão Conteúdo)