Topo

Bolsonaro terá de combinar com generais, diz líder do PT sobre ministérios

Do UOL, em São Paulo

25/02/2021 11h59Atualizada em 25/02/2021 13h59

Líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PT-PA) afirmou que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "não é um governo forte e, sim, autoritário" e que vai precisar "combinar" com os generais para passar ministérios para as mãos de partidos do chamado Centrão.

Ele [Bolsonaro] vai ter que combinar com os generais dele para tirar ministérios de generais e passar para o Centrão.
Paulo Rocha, líder do PT no Senado

"Essa é a contradição desse governo. Que ele parece ser forte, mas ele só é forte com a gente, com jornalista, com a oposição, com os petistas etc. Mas como faz ele dentro dos militares? Viu que tem uma pressão danada para tirar o [ministro da Saúde, Eduardo] Pazzuelo e está claro que a culpa de lá é da inconsequência e irresponsabilidade e da falta de comando e experiência do Ministério da Saúde, mas ele não tira", disse Rocha à repórter Luciana Amaral e à colunista Carla Araújo no UOL Entrevista.

No início do mês, o presidente negou a possibilidade de uma reforma ministerial. A troca mais recente foi a saída de Onyx Lorenzoni do Ministério da Cidadania para a Secretaria-Geral da Presidência. O cargo de Onyx agora é ocupado por João Roma.

"Governo autoritário"

Para o senador, Bolsonaro faz "um governo autoritário", que "é diferente de forte", e já mudou a forma de governo desde que foi eleito.

Aqui no Congresso, ele saiu daquilo que ganhou voto, a tal da nova política, e agora caiu de novo na mão do toma lá, dá cá. Acha que um governo não consegue aprovar [medidas] dando um ministeriozinho para dez deputados, outro para 100, outro para 89. Ministeriozinho não, ministeriozão. Então é esse o método. Isso não é um governo forte, é um governo fraco que usa do toma lá, dá cá.
Paulo Rocha, líder do PT no Senado

Na entrevista, Rocha também comentou sobre o cenário político, citando posições do PT e avaliando que os partidos de centro estão "perdidos" sobre a disputa eleitoral de 2022. O senador também disse que o governo Bolsonaro busca usar o auxílio emergencial para fazer reformas.