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Lula adia entrevista coletiva por causa de julgamento de Moro

Lula reagendou entrevista para amanhã - Fabrice Coffrini/AFP
Lula reagendou entrevista para amanhã Imagem: Fabrice Coffrini/AFP

Colaboração para o UOL

09/03/2021 12h03

O ex-presidente Lula (PT) adiou a entrevista coletiva que ia conceder hoje. Ele ia comentar sobre a anulação do processo contra ele, determinada ontem por Edson Fachin, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). O evento foi reagendado e será realizada amanhã, a partir das 11h. A mudança aconteceu porque outro ministro do STF, Gilmar Mendes, resolveu pautar para hoje o julgamento sobre a suspeição de Sérgio Moro.

"A entrevista do ex-presidente Lula foi remarcada para amanhã (10), às 11h, em razão do julgamento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro na 2ª turma do STF, pautado para ocorrer no mesmo horário em que estava prevista a entrevista", divulgou a assessoria de imprensa de Lula.

O julgamento sobre a suspeição de Moro pode ter uma amplitude maior que a decisão de Fachin. Se o STF considerar que o ex-Ministro da Justiça teve uma atuação parcial no julgamento de Lula, no processo do triplex, as provas da Operação Lava Jato contra o ex-presidente seriam anuladas.

Moro é suspeito de agir parcialmente na colheita de provas, tomada de depoimentos e homologação de delações premiadas.

Ontem Fachin, que é relator da Lava Jato no Supremo, considerou a Justiça Federal de Curitiba é incompetente de julgar condenações e recebimento de denúncias no caso de Lula e determinou a remessa dos processos para a Justiça Federal do Distrito Federal.

Portanto Fachin avaliou questões relativas ao processo em si, e não ao mérito. Ou seja, não foi julgado se Lula é inocente, mas sim se as ações contra ele foram submetidas ao local correto. De qualquer forma, a anulação permite que, por enquanto, ele tenha o direito de ser candidato à presidência na eleição de 2022.

Os advogados de Lula se manifestaram ontem, após a decisão de Fachin, e disseram que ele foi vítima de lawfare, termo em inglês utilizado para apontar perseguição jurídica e política.

(Com Reuters)