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Lira defende Ludhmila para Saúde após cobrar capacidade técnica e política

4.fev.2021 - O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), antes de reunião do Colégio de Líderes da Casa - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
4.fev.2021 - O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), antes de reunião do Colégio de Líderes da Casa Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral e Carla Araújo

Do UOL, em Brasília

14/03/2021 16h38Atualizada em 14/03/2021 18h47

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu hoje a cardiologista Ludhmila Hajjar como nova ministra da Saúde após cobrar "competência técnica", mas "ainda mais uma ampla e experiente capacidade de diálogo político" para o combate à pandemia do coronavírus.

A declaração de Lira publicada nas redes sociais acontece em meio à avaliação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de tirar o general Eduardo Pazuello à frente do Ministério da Saúde e ao pior momento da pandemia no país.

"O enfrentamento da pandemia exige competência técnica, sem dúvida nenhuma. Mas exige ainda mais uma ampla e experiente capacidade de diálogo político, pois envolve todos os entes federativos, o Congresso, o Judiciário, além do complexo e multifacetado Sistema Único de Saúde", afirmou Lira.

"Coloquei os atributos necessários para o bom desempenho à frente da pandemia: capacidade técnica e de diálogo político com os inúmeros entes federativos e instâncias técnicas. São exatamente as qualidades que enxergo na doutora Ludhmila", seguiu.

"Espero e torço para que, caso nomeada ministra da Saúde, consiga desempenhar bem as novas funções. Pelo bem do país e do povo brasileiro, nesta hora de enorme apreensão e gravidade. Como ministra, se confirmada, estarei à inteira disposição", completou.

Fontes do Planalto afirmam que há algum tempo a condução de Pazuello no combate à pandemia vinha sendo alvo de críticas que estariam desestabilizando ainda mais o governo.

O UOL apurou que o presidente Bolsonaro não está tão disposto a fazer qualquer troca, mas vem sendo pressionado por parlamentares do centrão e auxiliares.

Apesar dessa resistência inicial, assessores palacianos afirmam que é possível que se tenha encontrado uma fórmula para tentar minimizar os danos da troca no comando da Saúde.

Segundo essas fontes, Pazuello alegaria problemas de saúde e pediria para sair. Para isso, no entanto, a ordem era já ter um substituto para anunciar.

Um general próximo ao ministro da Saúde disse que ele não se recuperou completamente depois que teve coronavírus e possui problemas respiratórios.

Outras fontes do Planalto que ainda não confirmam a saída de Pazuello dizem ver pressão do centrão para demitir o ministro.

Dois médicos cardiologistas são cotados para assumir a Saúde: Ludhmila Abrahão Hajjar, professora associada da USP, e Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Ludhmila costuma tratar de parlamentares e magistrados em Brasília, com bom trânsito entre autoridades independentemente de seus espectros políticos.

A reportagem apurou que deputados federais também são considerados para assumir a pasta. Por exemplo, o ex-ministro da Saúde do governo Michel Temer e atual líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), o ex-secretário de Saúde do Rio, Luiz Antônio Teixeira Jr (PP-RJ), conhecido como 'Dr. Luizinho', e Dr. Hiran Gonçalves (PP-RR).

O primeiro é visto como uma eventual escolha mais política, enquanto os outros dois seriam vistos como soluções mais técnicas, embora ainda políticas.

Os três deputados são filiados ao PP, partido do presidente da Câmara e um dos principais líderes do centrão, base aliada do governo no Parlamento. Por isso, os nomes desses parlamentares são considerados como uma sinalização positiva ao Congresso Nacional e, especialmente, ao centrão.

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