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Temer: Bolsonaro podia ser herói nacional se centralizasse combate à covid

Michel Temer defendeu mudança de posição do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia - Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Michel Temer defendeu mudança de posição do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia Imagem: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

17/03/2021 19h39

O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse hoje que Jair Bolsonaro poderia ser considerado um herói nacional se tivesse centralizado as medidas de combate à pandemia de covid-19. Para ele, uma atuação mais incisiva nesse sentido poderia ter colocado o atual presidente na posição de exemplo para a América Latina. Temer ainda completou dizendo que acredita que "sempre é tempo" de mudar a atitude.

Em entrevista à CNN Brasil, Michel Temer sugeriu que Bolsonaro aproveite o momento da mudança no comando do Ministério da Saúde para realizar uma coletiva de imprensa na qual poderia anunciar uma alteração na sua postura sobre as medidas de combate à pandemia.

"A meu modo de ver seria muito útil pro combate à pandemia e daria um respiro, uma tranquilidade para o povo brasileiro", disse o ex-presidente sobre sua sugestão. Ele falou ainda que acredita que com a troca de ministro, existirão mudanças, mas "a figura do presidente poderia ajudar muito nisso".

Ainda sobre a posição do governo federal em relação à pandemia, Temer disse que estranhou quando o general Eduardo Pazuello assumiu o Ministério da Saúde. No governo do mdbista, Pazuello havia comandado a Operação Acolhida, uma ação do Exército de apoio humanitário a refugiados e migrantes.

"Quando ele foi lá para o ministério eu até me preocupei um pouco, porque cada um no seu quadrado", disse. "Eu não sei se valeu a pena para o Pazuello ter ido para o Ministério da Saúde", completou.

"Não devemos abandonar a ideia de uma outra candidatura"

Na entrevista à CNN, Michel Temer falou ainda sobre as eleições de 2022 e a volta de Lula ao cenário político. "Eu acho que nós não devemos abandonar a ideia de uma outra candidatura", disse referindo-se a uma alternativa entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o provável candidato petista Lula.

"Eu acho com muita franqueza que haverá dois radicalismos, um do atual presidente, se for candidato à reeleição, e outro do ex-presidente Lula, se for candidato", afirmou. Mas completou defendendo que "não é improvável a existência de uma terceira candidatura". "Até, convenhamos, pode ser útil para o processo eleitoral".

Para ele, porém, é muito cedo para se falar na eleição presidencial do ano que vem. Temer afirmou que seu partido, o MDB, só vai decidir se terá candidato próprio ou integrará outra chapa no ano que vem.