Sem consenso sobre restrições, governo do RJ anunciará "feriado" de 10 dias
O Rio de Janeiro terá um feriadão de dez dias, como forma de combate à pandemia da covid-19. A medida será anunciada na próxima semana pelo governador em exercício, Cláudio Castro (PSC). A proposta do governo estadual é a antecipação dos feriados de Tiradentes e São Jorge (em 21 e 23 de abril, respectivamente), criando assim um "superferiado" entre 26 de março e 4 de abril.
A medida, que ainda precisa de aprovação da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), foi um dos poucos consensos da reunião realizada na manhã de hoje entre o governador em exercício e os prefeitos do Rio, Eduardo Paes (DEM), e de Niterói, Axel Grael (PDT). Contudo, o encontro terminou sem um acordo em relação à adoção de medidas mais restritivas de combate à covid-19. Ainda não se sabe, por exemplo, quais seriam as restrições impostas aos setores de comércio e serviços, nesse caso.
O objetivo do encontro era o alinhamento de um plano estratégico adotado pelos municípios da região metropolitana. Paes pedia o fechamento de todos os serviços não essenciais por pelo menos dez dias. Castro, que se reuniu na noite de ontem (20) com representantes do setor de comércio, se opôs à ideia.
Amanhã, as prefeituras de Rio e Niterói realizarão uma entrevista coletiva conjunta, às 14h, após encontro virtual entre os comitês científicos dos dois municípios. Um plano de medidas conjuntas deve ser anunciado.
Ocupação de leitos acende alerta
Atualmente, o Rio tem 96% dos leitos de UTIs e 82% de enfermarias destinadas à covid-19 ocupadas. A internação de pessoas de outros municípios na capital fluminense incomoda o prefeito e faz com que ele peça medidas integradas de combate à doença.
Na última sexta-feira, Paes declarou nas suas redes sociais que "não dá para se imaginar uma situação crítica na rede pública da cidade sem que o mesmo se repita nos demais municípios". É possível que Paes decrete amanhã o fechamento de todos os serviços não essenciais por pelo menos sete dias.
Reação de Bolsonaro freia medidas de Castro
Nos bastidores do Palácio Guanabara comenta-se que Castro teme que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) —de quem é aliado— veja com maus olhos a implantação de restrições mais rígidas de combate à pandemia no Rio.
Na última semana, Bolsonaro acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) com uma ação de inconstitucionalidade para tentar derrubar os decretos adotados pelos governos do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande do Sul para combater o coronavírus. Um desgaste dessas proporções não está nos planos do governador em exercício.
O presidente da República criticou o decreto municipal que fechou as praias do Rio neste fim de semana, para conter o avanço da covid-19 e considerou a medida uma "hipocrisia". "Vê lá o Rio de Janeiro agora, o prefeito, fiquei sabendo, o decreto fechou tudo, até praia. A vitamina D é uma forma de você evitar que o vírus te atinja com gravidade. Onde você consegue a vitamina D? Tomando sol. Uma hipocrisia", afirmou.
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