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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Volta de Lula ao cenário eleitoral de 2022 anima até prefeito do Rio

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Reprodução / Internet
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

21/03/2021 06h10

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A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin de anular as condenações do ex-presidente Lula (PT) na Operação Lava Jato agitou os bastidores políticos e promete até uma possível aproximação com antigos aliados.

Na semana em que saíram as decisões, até o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM-RJ), celebrou a possibilidade de Lula voltar a disputar as eleições. Em uma reunião com vereadores, o petista Lindbergh Farias chegou ao encontro comemorando e gesticulando com as mãos um "L" de Lula. Paes viu a cena, sorriu e, em clima amistoso, também fez o "L" com uma das mãos.

O ex-presidente Lula e Paes tinham uma relação próxima até 2016, quando o então juiz Sergio Moro disponibilizou gravações feitas de telefonemas de Lula. Em uma delas, Paes se solidarizou com Lula e disse que ele tinha "alma de pobre". Na mesma ocasião, o prefeito também citou a investigação do sítio de Atibaia e disse: "imagina se fosse aqui no Rio esse sítio dele, não é em Petrópolis, não é em Itaipava. É como se fosse em Maricá. É uma merda de lugar". O prefeito também se desculpou com a cidade depois disso.

Lula e Paes também já tiveram outras rusgas no passado. Em 2005, na época do mensalão, Paes chamou Lula de "chefe da quadrilha". Três anos depois, ao disputar a prefeitura, Paes se desculpou e o ex-presidente chegou a apoiar sua campanha. Os dois mantiveram uma relação próxima durante vários anos.

Líderes petistas dizem que a mudança no cenário político com a possibilidade de Lula disputar a eleição de 2022 fez com que diversos antigos aliados, de outros partidos, voltassem a procurar diálogo. "Os telefones de todo mundo não param de tocar. Muita gente quer se reaproximar", contou um dos líderes.

Os integrantes do PT, porém, também estão tentando planejar como farão para manter uma contraposição ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido), mas, ao mesmo tempo, evitar ficar expostos a ataques muito tempo antes da eleição.