RJ tem quase 500 pacientes em fila por leito; capital terá novas restrições
A fila por leitos de atendimento à covid-19 no Rio de Janeiro acendeu o alerta da prefeitura da capital fluminense, e medidas mais rígidas de combate à pandemia serão anunciadas na próxima segunda.
Amanhã (21), o prefeito Eduardo Paes (DEM) e o governador em exercício Claudio Castro (PSC) se reúnem para traçar um plano estratégico. O objetivo de Paes é o fechamento de todos os serviços não essenciais por pelo menos sete dias.
O prefeito espera que outros municípios da região metropolitana adotem restrições similares — o que não é bem visto Castro, que teme ver as suas relações com o presidente Jair Bolsonaro estremecidas. Hoje, 481 pessoas estão na fila por um leito no tratamento contra o coronavírus no estado.
Desse total em espera, 122 pessoas estão na cidade do Rio, onde a taxa de ocupação da rede SUS está em 96% para as UTIs e 82% para as enfermarias. É justamente a internação de pessoas de outros municípios na capital fluminense que incomoda Eduardo Paes e faz com que o prefeito da capital peça medidas integradas de combate à doença.
Ontem (19), Paes já declarou nas suas redes sociais que "não dá para se imaginar uma situação crítica na rede pública da cidade sem que o mesmo se repita nos demais municípios". Anteriormente, ele já havia mencionado a possibilidade de antecipação dos feriados de abril.
Na segunda-feira, uma nova reunião do comitê científico da prefeitura deve alinhar quais são os serviços que ficarão impedidos de funcionar. Aliados de Paes dizem que os shoppings centers e as academias devem ser diretamente impactados.
O presidente da República criticou o decreto municipal que fechou as praias do Rio neste fim de semana, para conter o avanço da covid-19 e considerou a medida uma "hipocrisia". "Vê lá o Rio de Janeiro agora, o prefeito, fiquei sabendo, o decreto fechou tudo, até praia. A vitamina D é uma forma de você evitar que o vírus te atinja com gravidade. Onde você consegue a vitamina D? Tomando sol. Uma hipocrisia", afirmou.
Na última semana, Bolsonaro acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) com uma ação de inconstitucionalidade para tentar derrubar os decretos adotados pelos governos do Distrito Federal, da Bahia e do Rio Grande do Sul para combater o coronavírus. No Palácio Guanabara, comenta-se que Castro teme um desgaste dessas proporções, caso adote restrições mais rígidas.
Praias vazias na zona sul da capital fluminense
Praias vazias, mas banhistas desrespeitam decreto
O Rio amanheceu com a circulação pelas praias da cidade restrita, como medida de combate ao coronavírus na capital. Apesar disso, cenas de desrespeito às normas já podiam ser notadas nas primeiras horas da manhã.
Na praia do Arpoador, na zona sul da cidade, pessoas andavam de bicicleta pela areia, enquanto banhistas nadavam sem ser incomodados. Alguns surfistas também podiam ser vistos na região, próximos às pedras, onde o trabalho de fiscalização dos agentes da Seop (Secretaria de Ordem Pública) é mais difícil.
No bairro vizinho de Copacabana, idosos invadiram a areia e caminharam. Algumas pessoas também podiam ser vistas se banhando no mar. Guardas Municipais se esforçam para impedir que as pessoas circulem na orla. Um dos agentes comparou o serviço a "enxugar gelo".
"A gente pede, a gente multa, mas vem outro na sequência e faz igual. É triste ver gente idosa e instruída agindo assim", disse um guarda que preferiu não se identificar.
Apesar desses flagrantes de desrespeito, era incontestável a diminuição de pessoas nas areias. Em alguns pontos, as praias ficaram completamente desertas, apesar do dia de sol e céu aberto. De acordo com decreto publicado pela prefeitura do Rio, o banho de mar e permanência nas areais estão proibidos até a próxima segunda-feira (22).
A prática de esportes só é permitida no calçadão, mas não é recomendada pela prefeitura. Apesar disso, centenas de pessoas faziam exercícios na manhã de hoje — parte delas sem máscara. O estacionamento na orla também está proibido em toda a cidade. A multa individual para quem desrespeitar as regras é de R$ 562,42.
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