À véspera de reunião com Bolsonaro, Pacheco cita caminho de 'união ou caos'
À véspera de reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e outros representantes dos Três Poderes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou haver dois caminhos que podem ser tomados no Brasil em meio à pandemia do coronavírus: "o da união nacional ou o do caos nacional". E acrescentou optar pela união.
"Há dois caminhos que podemos perseguir no Brasil nesse momento: o da união nacional ou o do caos nacional. Aí cabe a nós decidirmos. E a minha decisão é de que tenhamos que fazer, sim, uma grande união nacional em torno do enfrentamento da pandemia", declarou, em live promovida pelo jornal Correio Braziliense.
A Presidência da República confirmou hoje à tarde a reunião incentivada por Pacheco para que se firme uma espécie de pacto nacional no combate à pandemia no país, com ações e discursos mais coordenados. O encontro acontecerá amanhã às 8h no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Além do presidente Bolsonaro, ministros e do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, são esperados os presidentes do Senado, da Câmara dos Deputados e do STF (Supremo Tribunal Federal). A ideia é minimizar conflitos do governo federal com os outros Poderes, governadores e prefeitos.
Segundo Pacheco, "nós precisamos no Brasil, além desse pacto nacional, de termos mais tolerância, de respeitarmos mais as divergências". Ele disse que a "razão não está de um lado só" e é preciso ouvir outras opiniões para se chegar a um denominador comum melhor do que se pensava inicialmente.
Embora o presidente da República tenha passado a defender mais a vacinação em massa recentemente, outros comportamentos prejudiciais ao combate da pandemia se mantêm, como atacar o isolamento social.
Na semana passada, ele chegou a entrar no STF com ação contra medidas mais restritivas de circulação de pessoas na Bahia, no Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.
Bolsonaro não costuma se solidarizar com vítimas da covid-19 — nesta semana o país deve chegar a 300 mil mortos pela doença — nem se mostrar diretamente envolvido em ações contra disseminação do vírus e o colapso do sistema hospitalar Brasil afora. Além disso, um cronograma de fornecimento de vacinas e de imunização permanece incerto.
Apesar da reunião agendada, até a própria base aliada do governo está cética quanto aos seus efeitos práticos. Hoje, Pacheco disse ser uma "minoria que insiste em negar uma doença gravíssima" e que esse grupo não é o que guia o povo brasileiro.
Na transmissão ao vivo, o presidente do Senado voltou a falar não haver risco ao Estado democrático brasileiro.
"Temos um Estado de Direito, temos um Estado democrático assentado em premissas muito claras, de fundamentos muito claros de devido processo legal, de ampla defesa, de contraditório, de presunção de não culpabilidade, a separação dos Poderes que deve ser cada vez mais respeitada, e cada Poder cumprir seu papel."
Rodrigo Pacheco afirmou esperar que a pandemia possa ser controlada no país em meados deste ano por meio da vacinação em massa. Ele disse que as reformas administrativa e tributária devem ser os maiores desafios do Congresso Nacional para esse ano de 2021 pós-pandemia.
O presidente do Senado ressaltou que isso não significa que não se poderá já avançar na tramitação de ambas as propostas. A reforma tributária está hoje em análise em comissão mista. Ele espera que o texto seja votado em até oito meses e disse que, "por sua complexidade e por sua divergência de opiniões em relação ao seu modelo, será a arte de ceder, não a arte de conquistar".
Além disso, citou como desafios tocar projetos de infraestrutura, como ferroviários e de logística, e promover a capitalização de empresas.
"Há também o encaminhamento de lógica importante que é, dentro dessa linha de diminuição do tamanho do estado, que não precisa estar presente em todas as searas da sociedade, o conceito de capitalização. Muito além e muito melhor do que da privatização pura e simples", disse.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.