Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Lira, Pacheco e Aras são cúmplices do genocídio de Bolsonaro
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Os presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), são cúmplices da política sanitária de genocídio implementada pelo presidente Jair Bolsonaro na pandemia de coronavírus. O procurador-geral da República, Augusto Aras, também é corresponsável pela tragédia.
Lira, Pacheco e Aras são três autoridades da República com poder suficiente para pressionar Bolsonaro a mudar a forma como age na pandemia. Não fazem nada pra valer. Enrolam. A situação está distante do normal. O país vive um colapso sanitário de efeito global.
Na largada, Pacheco e Lira poderiam instalar uma CPI para investigar os crimes de responsabilidade do presidente e do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Lira está sentado sobre uma pilha de pedidos de abertura de processo de impeachment. Aras é autoridade do Ministério Público Federal que pode investigar crimes do presidente.
É preciso dizer em alto e bom som que Lira, Pacheco e Aras estão protegendo o pior presidente da história do Brasil. Os três prestam serviço ao obscurantismo.
Lira, que a imprensa chamava de bandido, agora é um querido amigo dos jornalistas e da Faria Lima, disposto a entregar alguma coisa daquela não-agenda daquele ministro da Economia que se diz aplaudido nos supermercados.
Pacheco afeta solenidade e civilidade, emulando uma linha construtiva quando temos um presidente da República em franca campanha de destruição do país. Soa falso como nota de três reais.
Aras vendeu a alma ao diabo para chegar a uma posição na qual nunca estaria se não fosse para prestar serviço ao projeto da familícia de fugir da polícia.
Lira, Pacheco e Aras fingem não saber que a última semana foi de recorde de mortes e internações no Brasil. A tendência é piorar porque não haverá vacinas em número suficiente para reduzir o ritmo de contágio e Bolsonaro continuará a sabotar qualquer estratégia minimamente organizada de reação. O presidente indicou para o lugar do general Eduardo Pazuello um médico, Marcelo Queiroga, que não sabe usar máscara e fala com a eloquência do antecessor.
Trocou-se seis por meia dúzia, deixou claro o novo ministro ao lembrar o óbvio. No presidencialismo, a política é do presidente, não dos ministros. Bolsonaro é o nome da tragédia, como constata o Datafolha, mas a sua lista de cúmplices é longa.
É preciso dar a César o que é de César. Lira, Pacheco e Aras estão à altura do governo ao qual servem sabuja e friamente. São cúmplices do genocídio de Bolsonaro e de seu plano de imunidade de rebanho que matou e matará mais gente, adoeceu e adoecerá mais gente.
Um dia, todos terão de ser responsabilizados por seus crimes.
Pra não dizer que não falei da flores
Nos jornais, rádios e TVs, jornalistas se comportam com a circunspecção de hipócritas que lamentam o ovo da serpente que chocaram. Tocante as manifestações de sensibilidade de uma gente que achava bacana a ideia dos superministros Paulo Guedes e Sergio Moro que civilizariam o selvagem recém-convertido ao liberalismo e à democracia. Realmente está de embrulhar o estômago.
Nas redes sociais, muitos comentam que não é hora de revanchismo. Ora, revanche pressupõe uma partida para dar o troco. Mas o Brasil está perdendo de 7 a 1, rumo a um placar mais dilatado. O país ainda vai apanhar muito mais do genocida. Na vida, não esquecer dos nossos erros faz parte do aprendizado.
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