Ciro Gomes defende lockdown e volta a chamar Bolsonaro de genocida
Em entrevista ao Manhã Bandeirantes hoje, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) analisou a criação do novo comitê de medidas de combate à pandemia, em conjunto com os poderes Legislativo e Judiciário, governadores e ministros de estados, que foi anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta manhã.
"Apesar de tardio, esse anúncio do novo pacto nacional pode sim produzir resultados produtivos e práticos, mas é preciso unificar claramente o discurso de que só a vacina salva. Portanto, precisam encerrar recomendações de uso de medicamentos e tratamento precoce. Não existe tratamento precoce, a Associação Médica Brasileira deixou claro que é ineficaz, só a vacina pode resolver o problema do país", disse.
Ciro Gomes defendeu o lockdown e afirmou que é necessário o retorno dos pagamentos do auxílio emergencial de R$ 600.
"Para controlar a situação do vírus em todo o Brasil, precisamos coordenar o lockdown de maneira rígida. Quanto mais rígidas forem as medidas, menos tempo elas vão durar e mais vidas serão salvas. Sabemos que é difícil pedir um trabalhador que vive das vendas de picolés nas praias para ficar em casa. Para isso, é preciso garantir que vamos pagar R$ 600 para cada família sobreviver, até que cheguemos a 80% da população imunizada. Se os integrantes do novo comitê não fizerem isso, estarão apenas querendo salvar o próprio pescoço, porque agora a situação degringolou geral", disse.
O ex-governador do Ceará também fez críticas ao presidente da república Jair Bolsonaro: "Para sairmos desse problema, precisamos analisar o nosso governo. O Bolsonaro está prestes a cair, porque é um genocida, assassino, irresponsável e incompetente, mas ainda está na presidência, portanto, precisamos orientar o debate sobre o que é necessário".
O político criticou a falta de investimento financeiro no plano de vacinação e citou o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Henrique Fraga Araújo, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, como culpados.
"O Brasil não tem vacina, essa é a realidade. Para que os imunizantes cheguem para nós, o país precisa da comunidade internacional ativa. Portanto, o correto seria que amanhã o novo comitê pedisse ao presidente da república que ele demita o canalha que ocupa o Ministério das Relações Exteriores e o canalha do Ministério do Meio Ambiente. São dois canalhas que estão prejudicando o país gravemente", disse.
"Para que a comunidade internacional assuma compromissos com o Brasil, é necessário manter o respeito nos processos internos do país. Por isso é preciso demitir esses canalhas, lunáticos e bandidos que ocupam esses cargos. Se fizerem isso, eu começo a acreditar que a situação do Brasil vai mudar. Mesmo que seja um ano depois, após milhões de vidas terem sido perdidas e famílias chorando... Porém temos que salvar os que ainda precisam, e isso só é capaz se mudarmos de rumo", declarou.
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