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Prefeito de Mirandópolis é multado em R$ 40 mil após contrariar Plano SP

Everton Sodário (PSL), prefeito de Mirandópolis - Divulgação / Facebook
Everton Sodário (PSL), prefeito de Mirandópolis Imagem: Divulgação / Facebook

Do UOL, em São Paulo

24/03/2021 14h19

O prefeito de Mirandópolis, Everton Sodário (PSL), pagará multa de R$ 40 mil após desrespeitar as determinações do Plano SP. Em 4 de fevereiro, o governador João Doria (PSDB) avisou que municípios que não seguissem as medidas do governo estadual seriam notificados pelo Estado e o caso encaminhado ao Ministério Público para a tomada de providências.

Dias após a ameaça de Doria, o prefeito Sodário divulgou vídeo dizendo que não iria impedir a circulação de pessoas na cidade, além de fazer um aceno a comerciantes. Na gravação, ele defende que não é o comércio que propaga o vírus e dá a entender que vai permitir o funcionamento de lojas e outros estabelecimentos não essenciais.

Hoje, em rede social, Sodário disse que está sendo multado por "defender a Liberdade e o Direito da população trabalhar". Ele ainda diz que teve a conta bancária bloqueada, com saldo de R$ 273. "A partir de agora não tenho dinheiro sequer para ir ao mercado".

O prefeito completa dizendo que o Ministério Público e o governador Doria terão "que fazer muito mais pra me parar". Ele volta a afirmar que defende a liberdade dos moradores de Mirandópolis.

Procurado pelo UOL, o Ministério Público de SP afirmou que a Promotoria de Justiça de Mirandópolis obteve decisão para bloquear depósitos e aplicações financeiras do prefeito Sodário, que descumpriu sentença anterior para seguir a fase emergencial do Plano SP.

"O montante refere-se à multa imposta em decorrência de condenação em processo do MPSP que alegou ilegalidade das posturas adotadas pelo prefeito para o combate à pandemia", diz o MP.

Na mesma decisão, o Judiciário revogou o decreto municipal que autorizou a abertura do comércio em geral das 8h às 18h, "além de outros afrontamentos" ao Plano SP.

No pedido acatado pelo Judiciário, promotores do MPSP afirmaram que o prefeito Sodário vem conduzindo a crise "de forma errática e periclitante" ao se manifestar publicamente contra as medidas do governo de São Paulo, além de incentivar o descumprimento das regras por moradores, "prometendo a eles a ausência de fiscalização municipal".

Sodário é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e vem criticando com frequência as restrições impostas pelo governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB) e outros prefeitos.

Na semana passada, Sodário elogiou a manifestação em São Paulo a favor de Bolsonaro e contra as restrições da fase emergencial que começaram no dia 15 em todo o estado. "Lindo ver o povo tomando às ruas que é seu lugar de direito, retomando a sua liberdade que é sagrada e defendendo seu presidente eleito soberanamente", escreveu ele no Twitter.

No dia seguinte, ele criticou Doria e chegou a dizer que "é rua ou rua" até que o governador renuncie.