Oposição diz que Ernesto Araújo "já vai tarde"; aliados elogiam chanceler
Políticos, em sua maioria da oposição, comemoraram a saída de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores. De acordo com apuração do UOL, o chanceler avisou a membros de sua equipe que vai entregar ainda hoje seu pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A informação ainda não foi confirmada pelo Palácio do Planalto.
Com frases de "já vai tarde" e "pior ministro", parlamentares inundaram as redes sociais para festejar a baixa no Itamaraty. Além da oposição, antigos aliados de Bolsonaro também festejaram a saída de Araújo. A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) atribuiu ao colega Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), a quem chamou de "Eduardo Bananinha", a entrada do antigo chanceler no governo.
A deputada federal bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) na Câmara, também comentou a mudança no governo, assim como Chris Tonietto (PSL-RJ). "Só fica feliz com a saída do Ernesto Araújo quem pretende subjugar as nações debaixo de leis globais desconstrucionistas e amorfas", declarou Tonietto.
De acordo com apuração do UOL, um dos nomes mais cotados para a vaga de Ernesto, no momento, é o do embaixador do Brasil em Paris, Luís Fernando Serra, que já estaria no Brasil para acertar o cargo com o governo.
Veja algumas reações sobre a saída de Araújo
Ernesto Araújo já vai tarde. Sua condução desastrosa da Política Externa brasileira contribuiu muito para o momento dramático que estamos vivendo. Nos deixou sem vacinas e sem nenhuma credibilidade internacional. Luiz Henrique Mandetta (Democratas)
A demissão de Ernesto Araújo merece ser comemorada, mas com muita cautela. Bolsonaro não é um presidente que oferece soluções ao país. Bolsonaro não será Bolsonaro sem o suporte daqueles que consideram Olavo de Carvalho seu guru. Marina Silva (Rede)
A fritura do ministro das Relações Exteriores é evidente. Ele foi escalado como culpado da hora pelo atraso e ausência de vacinas no país. Que Araújo é uma catástrofe diplomática, ninguém nega. Mas ele é o bode que colocaram na sala para que outros não paguem o pecado a ser expiado. Se o Brasil não tem vacinas, o responsável é Bolsonaro. Foi ele quem sabotou a negociação das vacinas com países produtores e laboratórios
Jean Paul Prates (PT-RN), líder da minoria no Senado
Ele se antecipou ao pedido de impeachment que seria protocolado hoje pelos senadores no STF. O Brasil respira aliviado. Eduardo Bananinha é o responsável por este trágico senhor deve tentar emplacar outro nome
Joice Hasselmann (deputada federal pelo PSL-SP)
O ministro mais atrapalhou do que ajudou: foram decisões erradas todos os dias. Uma das piores foi brigar com o mundo, acabar com a nossa reputação e, com isso, colocar o Brasil em último na fila da vacina. Estamos de olho no próximo chanceler!
Alessandro Molon (deputado federal pelo PSB-RJ)
A saída de Ernesto Araújo era necessária não só pelas recentes crises, mas pelos dois anos de gestão desastrosa. Como é típico de ministros bolsonaristas, colecionou polêmicas sem entregar resultados
Tiago Mitraud (deputado federal pelo Novo-MG)
Poucas pessoas foram tão desqualificadas para comandar o Itamaraty como Ernesto Araújo. A sua passagem por lá foi patética e marcada pela destruição de um legado de décadas construído pela diplomacia brasileira em política externa. É mais um que já vai tarde
Humberto Costa (senador pelo PT-PE)
O chanceler Ernesto Araújo perdeu as condições de seguir à frente do Ministério Relações Exteriores. Enquanto lutamos por vacinas, esperamos que o governo se adeque ao momento da geopolítica mundial e o Brasil possa voltar a firmar relações segura com as nações
Wellington Fagundes (senador pelo PL-MT)
O ministro Ernesto Araújo pediu demissão, vai tarde, muito tarde. O próximo passo é responder na Justiça por boicotar a vacinação ao gerar conflitos com a China, nosso principal fornecedor de insumos
Marcelo Freixo (deputado federal pelo PSOL-RJ)
Só fica feliz com a saída do Ernesto Araújo quem pretende subjugar as nações debaixo de leis globais desconstrucionistas e amorfas. Eu nunca tinha visto tanto empenho de uma classe política em submeter o país aos interesses externos dessa maneira
Chris Tonietto (deputada federal pelo PSL-RJ)
Ernesto Araújo apostou na radicalização e no extremismo ideológico. No entanto, a política internacional se pauta pelo equilíbrio e diálogo e sua postura inviabilizou um combate à pandemia mais eficiente. A saída de Araújo é a chance de nos colocarmos no mundo novamente
Alex Manente (deputado federal pelo Cidadania-SP)
Demorou, mas caiu! Araújo, mais um golpista terraplanista é escorraçado do governo. Vai voltar para o limbo de onde nunca deveria ter saído. Só falta o chefe genocida
Ivan Valente (deputado federal pelo PSOL-SP)
Esse foi mais um ministro que nada contribuiu no combate à pandemia, atrapalhando, inclusive, a aquisição de vacinas. Já vai tarde
Talíria Petrone (deputada federal pelo PSOL-RJ)
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