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Doria chama Bolsonaro de imbecil: 'ele deseja ser ditador do Brasil'

João Doria disse que Jair Bolsonaro tem "vocação extrema para o autoritarismo" - Divulgação/Governo de São Paulo
João Doria disse que Jair Bolsonaro tem 'vocação extrema para o autoritarismo' Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

30/03/2021 23h14

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chamou hoje o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de "imbecil". Para Doria, o presidente tem "vocação extrema para o autoritarismo".

"Seu maior desejo é ser ditador do Brasil", disse o governador sobre Bolsonaro em entrevista aos jornalistas Reinaldo Azevedo e Leandro Demori na sala "Ziriguidum de Demori e Reinaldo" no aplicativo Clubhouse. Doria ainda chamou o presidente de "burro", "incapaz" e "doente mental", principalmente em função da condução federal do combate à pandemia de covid-19. Doria e Bolsonaro são ferrenhos adversários políticos, com a rivalidade acirrada desde o início da crise sanitária.

Ainda sobre Bolsonaro, o governador paulista disse que ele enganou o Brasil e que não o apoiaria nem votaria novamente nele, como fez em 2018. Nas últimas eleições, o mandatário estadual chegou a usar o slogan "Bolsodoria" em sua campanha.

João Doria justificou seu apoio a Bolsonaro dizendo que nomes como o do ex-ministro da Justiça Sergio Moro e o do ministro da Economia, Paulo Guedes, davam respaldo ao governo.

Apesar de dizer que se sentiu enganado, Doria diz que mesmo hoje não votaria em Fernando Haddad (PT), que disputou o segundo turno contra Bolsonaro em 2018. "Teria anulado o voto".

O cenário para 2022

No mesmo sentido, o tucano afirmou que não considera votar em Lula em 2022. "Eu não justifico um erro com outro erro", disse. "Vou lutar para que tenhamos um projeto de centro e possa dialogar com a esquerda e à direita. Votarei pela honestidade e pela decência. Vamos nos reunir em torno de um projeto para libertar o Brasil e ter um caminho sem extremos".

Entre os nomes de centro que ele considera viáveis, Doria citou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o apresentador Luciano Huck, o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. A este último ele teceu diversos elogios e disse que Moro teve "um papel importante no Brasil".

"Todos os dias recebo ameaças"

Na entrevista, o governador também comentou as ameaças que vem recebendo, principalmente como consequência das medidas de restrição adotadas no estado para tentar controlar a transmissão do coronavírus.

"Eu vivi as agruras da ditadura, fui para o exílio, meu pai teve que ficar fora. Nunca imaginei que pudesse voltar a vivenciar uma situação ainda mais aguda, mais grave, de ameaças", disse. Segundo ele, os ataques se intensificaram nos últimos dois meses.

João Doria anunciou ontem que ele e se família se mudariam para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, por questões de segurança. Desde o início do mandato, eles optaram por continuar vivendo na residência particular localizada no Jardins.

"Eu não precisava residir aqui e mudar pra cá. Eu tenho minha casa, pago meus funcionários, pago minhas contas. Não preciso dessas benesses. Tive que sair da minha casa onde vivo há 18 anos por conta da segurança que o Palácio oferece", relatou. "É um absurdo ser vítima desse nível de violência pelo fato de você defender a saúde, a vida e os princípios", completou.