Senado aprova voto de censura a F. Martins por suposto gesto supremacista
O plenário do Senado aprovou hoje um "voto de censura" ao assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Filipe Martins. A medida é uma resposta à acusação de que ele teria feito um símbolo obsceno em uma audiência no Senado, que foi condenado por parlamentares. O gesto com sentido de "c.." também vem sendo associado a supremacistas brancos ao redor do mundo.
No dia 24 de março, Martins estava no Senado acompanhando a sessão na qual o então ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo prestava explicações sobre a atuação do Itamaraty na compra de vacinas para covid-19. Ele estava sentado atrás do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e foi filmado ao unir o polegar ao dedo indicador.
No dia, Martins disse em seu perfil no Twitter que estava ajeitando a lapela do terno e afirmou que as pessoas que o acusaram de reproduzir um gesto de supremacistas brancos seriam processadas. No dia, o Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) chamou a Polícia Legislativa e Pacheco pediu que o fato fosse investigado.
O "voto de censura" foi requerido pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES). No pedido, Contarato afirmou que "o gesto por si só pode representar um convite à manifestação e à ação de grupos supremacistas brancos".
"Vislumbra-se, portanto, o cometimento de uma série de crimes, como, por exemplo, o de incitamento à discriminação com base em raça e etnia (art. 20, Lei nº 7.716, de 1989)", alerta o senador no texto.
Após a aprovação pelo Senado, Contarato se manifestou pelo Twitter: "Para saudosistas de ditadura, os rigores da lei! Nossa democracia não admite esse ato abjeto."
Filipe Martins ainda não se posicionou sobre o voto de censura, mas nos últimos dias tem reforçado a defesa de que estava arrumando o terno.
Ele também tem compartilhado no Twitter mensagens de apoio de pessoas como os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Marco Feliciano (Republicanos-SP) e o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley.
Gesto ligado a movimentos supremacistas
O sinal tipicamente conhecido por significar "ok" vem sendo difundido principalmente nos Estados Unidos como um gesto ligado a movimentos supremacistas de extrema-direita.
Ele é usado pelo grupo Proud Boys, por exemplo, que ajudou na invasão do Capitólio em janeiro deste ano. O sinal também foi usado pelo atirador responsável pelo ataque a mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, em 2019.
"Um aviso aos palhaços que desejam emplacar a tese de que eu, um judeu, sou simpático ao 'supremacismo branco' porque em suas mentes doentias enxergaram um gesto autoritário numa imagem que me mostra ajeitando a lapela do meu terno: serão processados e responsabilizados; um a um", escreveu o assessor bolsonarista, no dia em que o fato ocorreu.
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