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Após ser criticado por aglomerações, governo 'fecha' posse de ministros

Imprensa não pôde acompanhar, e o Executivo cancelou até mesmo a transmissão oficial que havia sido programada - Beto Barata - 19.jul.2016/PR
Imprensa não pôde acompanhar, e o Executivo cancelou até mesmo a transmissão oficial que havia sido programada Imagem: Beto Barata - 19.jul.2016/PR

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

06/04/2021 13h51Atualizada em 06/04/2021 13h51

Depois de receber críticas por cenas de aglomeração em eventos no Palácio do Planalto — fato que vai na contramão das medidas de enfrentamento à pandemia do coronavírus —, o governo federal decidiu "fechar" cerimônias de posse de ministros de estado.

Hoje, seis novos integrantes do governo assumiram seus cargos em uma solenidade restrita a autoridades e convidados. Foram eles: Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), Carlos Alberto França (Relações Exteriores), Walter Braga Netto (Defesa), André Mendonça (Advocacia-Geral da União) e Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública).

A imprensa não pôde acompanhar, e o Executivo cancelou até mesmo a transmissão oficial que havia sido programada pela TV Brasil e canais oficiais na internet.

A estratégia já havia sido adotada na transmissão de cargo do chefe da pasta da Saúde, Marcelo Queiroga, em 23 de março. Segundo interlocutores do governo, a realização de cerimônias mais discretas ou reservadas teria sido uma sugestão do próprio ministro. O objetivo seria neutralizar as críticas à postura do Executivo —personalizadas na figura do presidente da República— em relação ao distanciamento social.

Bolsonaro é um crítico contumaz das medidas restritivas fundamentais ao combate à pandemia da covid-19. Desde que o vírus começou a se espalhar pelo país, entre fevereiro e março do ano passado, o governante vem batendo na tecla de que o isolamento social e o "lockdown" prejudicam a economia e não podem ser vistos como alternativas.

No entanto, com a nomeação de um médico para chefiar o Ministério da Saúde (em substituição a um general de Exército, Eduardo Pazuello, cuja atuação é objeto de vários questionamentos) e eventuais danos à imagem do presidente da República, o governo federal vem tentando aderir a uma narrativa menos radicalizada. O próprio Bolsonaro, por exemplo, começou a usar máscara em eventos e aparições públicas.

Além disso, em cerimônias anteriores realizadas no Palácio do Planalto, houve aglomeração. Uma das mais criticadas foi a posse do ministro da Cidadania, João Roma (PL-BA), em fevereiro desse ano. Muitos convidados não utilizavam máscara, além do próprio presidente e do vice, Hamilton Mourão (PRTB). O evento reuniu cerca de 400 pessoas.