Bolsonaro é genocida e deixou o país à deriva, diz Dilma a jornal britânico
A administração perversa e genocida de Jair Bolsonaro durante a pandemia deixou o Brasil "à deriva em um oceano de fome e doenças", afirmou a ex-presidente Dilma Rousseff ao "the Guardian", os dos principais jornais britânicos.
Em entrevista publicada neste sábado (10), Dilma afirma que a covid-19 teria matado menos no Brasil, não fosse a atuação do presidente Bolsonaro (sem partido). "Não é a palavra [genocídio] que me interessa, é o conceito. E o conceito é este: responsabilidade por mortes que poderiam ter sido evitadas."
O jornal destaca que o Brasil vive um momento crítico, com mais de 12 mil mortos pela doença nos últimos três dias, e com expectativa de que a situação se agrave ao longo de abril.
Na descrição do "Guardian", Bolsonaro é um populista de extrema-direita, admirador de Donald Trump (ex-presidente dos EUA), e que se tornou um "bicho-papão" internacional por tratar de forma anticientífica a doença que o político chamou de "gripezinha".
"Não temos governo", afirma Dilma
"Estamos vivendo uma situação extremamente dramática no Brasil porque não temos governo, nem administração da crise", disse Dilma. O jornal britânico a define como uma ex-guerrilheira de esquerda que foi presidente por pouco mais de cinco anos até o polêmico impeachment de 2016.
Dilma afirmou que a sabotagem de Bolsonaro à vacinação, a recusa em ordenar um lockdown e a falha em oferecer apoio econômico adequado aos pobres contribuíram para uma tragédia de "proporções catastróficas".
"Não estou dizendo que o Brasil não teria sofrido mortes, todos os países sofreram", afrimou. "Estou dizendo que parte do nível de mortes aqui se deve fundamentalmente a decisões políticas incorretas, que continuam sendo tomadas".
Impeachment foi "pecado original"
Dilma declarou que a eleição de Bolsonaro é resultado do impeachment, que chamou de "pecado original". O jornal diz que Jair Bolsonaro era um "parlamentar obscuro" em 2016 e que, ao aprovar o afastamento de Dilma, dedicou seu voto a um torturador [Carlos Brilhante Ustra].
O "Guardian" lembra que Bolsonaro foi eleito em 2018 depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sido preso e impedido de concorrer por um juiz que mais tarde se tornou ministro do atual governo [Sergio Moro].
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