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Em apoio à CPI da covid, Renan Calheiros chama Bolsonaro de 'charlatão'

"O presidente deu uma de charlatão", disse Renan Calheiros, em entrevista à CNN Brasil. Senador apoia a CPI da covid - Eduardo Militão/UOL
"O presidente deu uma de charlatão", disse Renan Calheiros, em entrevista à CNN Brasil. Senador apoia a CPI da covid Imagem: Eduardo Militão/UOL

Do UOL, em São Paulo

09/04/2021 23h39

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) chamou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de "charlatão" e manifestou apoio à instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), determinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso para investigar ações do governo federal durante a pandemia da covid-19.

"As pessoas perguntam na rua: 'quantas mortes poderiam ter sido evitadas se o governo tivesse acertado a mão?' Essas questões têm que ser levadas na CPI. O presidente da Republica deu uma de charlatão, prescreveu remédios, defendeu a cloroquina, teria mandado fabricar... e isso tudo é passível de investigação", disse Calheiros, em entrevista à CNN Brasil.

Barroso concedeu uma decisão liminar sobre um mandado de segurança apresentado pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO) determinando a instauração da comissão. Mais tarde, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou ser contra a CPI neste momento, mas disse vai cumprir a determinação.

A decisão monocrática do ministro Barroso será levada a plenário para apreciação dos demais ministros da Corte no dia 16 de abril, em julgamento virtual.

A decisão de Barroso gerou forte reação de apoiadores de Bolsonaro e membros do governo. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, falou em "politização e caos".

Durante conversa com apoiadores, na manhã de hoje, Bolsonaro disse que falta "coragem moral" e sobra "imprópria militância política" a Barroso, que ontem monocraticamente determinou a instalação da CPI. Ele ainda reclamou que a decisão não engloba investigação sobre governadores.

À CNN, Calheiros disse ainda que Bolsonaro parece avesso a investigações e age ameaçando as pessoas, segundo ele.

"Esse governo mais do que outros parece ser completamente avesso à investigação e age dessa maneira, ameaçando, como Bolsonaro fez hoje. Não é assim que se procede", pontuou.