Senador diz que CPI da Covid pode quebrar sigilo e mudar postura do governo
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) faz parte da CPI da Covid e inclusive está preparando um plano de trabalho da comissão. Ele afirmou que provavelmente haverá quebras de sigilos e apostou que o resultado disso será uma mudança na postura do governo federal diante da pandemia.
"A CPI deve ter a possibilidade de conduzir governo para uma postura mais responsável e técnica. Não conseguimos resgatar vidas, mas é possível colocar o governo com uma postura mais baseada na ciência. Porque a CPI deverá mostrar que, quem atua fora daquilo que a ciência prescreve, pode ser responsabilizado politicamente ou criminalmente", declarou Vieira em entrevista à Globonews.
Questionado sobre os métodos que serão utilizados na CPI, Alessandro citou as possíveis quebras de sigilo e destacou a importância de buscar documentos para comprovar possíveis omissões e erros.
"Muito provavelmente teremos quebras de sigilos. É importante fazer radiografia e materializar fatos. Temos várias entrevistas aberrantes do presidente (Jair Bolsonaro), mas e atos concretos? O que tenho? Foi feito cancelamento de compras de vacina do Butantan? Isso foi objeto de fala, mas aconteceu? Tem que descolar a realidade desse mundo de fantasia das redes sociais, tão comum a esse governo. Não deve ser complicado fazer isso. A organização do governo federal segue uma rotina que vai mostrar atendimento ou não de demandas - como é o caso de aquisição de remédios sem eficácia em detrimento da aquisição de insumos indispensáveis para o momento que a gente passa", afirmou Vieira, indicando que será investigada a compra de cloroquina e a falta de kit intubação.
O senador também deixou claro que pretende ouvir o general Braga Netto, que atualmente é Ministro da Defesa, mas já ocupou o cargo de coordenador do Comitê de Crise do governo federal. Alessandro Vieira afirmou que não vê risco de tensão com as Forças Armadas e disse que o depoimento dele é essencial. "Não tem como questionar responsabilidades sem ouvir quem estava na função de coordenar a resposta".
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