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Para Kassab, pandemia pode tirar Bolsonaro do 2º turno: 'Legado será ruim'

Para Gilberto Kassab (PSD) pandemia pode tirar Bolsonaro do 2º turno - Avener Prado/Folhapress
Para Gilberto Kassab (PSD) pandemia pode tirar Bolsonaro do 2º turno Imagem: Avener Prado/Folhapress

Colaboração para o UOL

22/04/2021 09h07

O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, fundador e presidente do PSD, partido que integra a ala governista no Congresso, disse que será "difícil" que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegue ao segundo turno nas eleições de 2022. Para ele, a pandemia do novo coronavírus deixará um legado "ruim" que dificultará a reeleição do presidente.

"O governo federal vai ter de se esforçar para mudar essa visão majoritária do país em relação ao seu desempenho, que será, inquestionavelmente, junto com a perspectiva de novos empregos, o principal fator de observação do eleitor", afirmou Kassab em entrevista ao jornal Valor Econômico.

Em sua avaliação, a possibilidade de Bolsonaro disputar o segundo turno será afetada diretamente. "Acho muito difícil (disputar o segundo turno). Vai ter de trabalhar muito para reverter sua imagem. O legado vai ser muito ruim, com (projeção de) 500 mil mortos (pelo coronavírus)", prevê o ex-prefeito, que foi ministro nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer.

Segundo o ex-prefeito, o eleitor irá se perguntar se conseguirá de volta o emprego perdido durante a pandemia e que, sob essa ótica, "poderemos ter um segundo turno que tenha um candidato que não seja ele [Bolsonaro] contra o Lula".

"Temos 15 milhões de desempregados, cujo número indireto de pessoas atinge 60 milhões em um universo de 140 milhões da população (ativa)", reiterou Kassab, pontuando que a projeção de que o Brasil atinja a marca de 500 mil mortos vítimas do novo coronavírus, também afetará negativamente a imagem da gestão Bolsonaro.

Terceira via

Para Gilberto Kassab, dos novos nomes de candidatos mais ao centro com chances reais de ida ao segundo turno, como uma terceira via a Bolsonaro e Lula (PT),a empresária Luiza Trajano e o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG) se destacam.

"São hoje os dois nomes que são as grandes novidades que estão sendo levadas em consideração", afirmou o ex-prefeito paulistano, ressaltando que Trajano é "qualificada" ao cargo, e que Pacheco "é visto como bom nome". Luiza Trajano, porém, já negou que tenha pretensões de concorrer ao Planalto, e Pacheco é outro a refutar candidatura ao cargo.

Já em relação ao governador de São Paulo João Doria, pré-candidato pelo PSDB, Kassab acredita que o tucano "errou na comunicação" na forma como ele explorou o sucesso da Coronavac, imunizante contra a covid-19. O ex-prefeito acredita que "houve um exagero de exposição" e que o Instituto Butantan, responsável pelo desenvolvimento da vacina em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, deveria ter "aparecido mais" que o governador.