CPI é palanque político com caixões de 400 mil mortes, diz Flávio Bolsonaro
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos/SP) afirmou que a Comissão Parlamentar de Inquérito, instalada nesta terça-feira (27) para investigar os "atos e omissões" do governo federal durante a pandemia, será "um palanque político" feito em cima dos "caixões de quase 400 mil mortes".
"Quantas vacinas esta CPI vai conseguir aplicar nos braços dos brasileiros? Qual é a vontade ou a ajuda que esta CPI vai dar nesse momento?", questionou.
Ao tentar criticar o início dos trabalhos do colegiado, o parlamentar defendeu o fim das atividades presenciais no Senado e disse que o presidente Rodrigo Pacheco (DEM/MG), "tinha de tomar um postura mais prudente e responsável, pensando em vidas".
"Todas as comissões da Casa estão paralisadas para evitar a exposição de todos ao vírus, então por qual razão essa CPI se inicia?", declarou.
Ele também lembrou que três senadores já morreram decorrentes de complicações com a covid-19. "Quem vai se responsabilizar pelas possíveis mortes de senadores e assessores?", perguntou.
Durante a pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou em diversas oportunidades a covid-19 tratando-a como "gripezinha" e se isentando de responsabilidade, além de promover aglomerações e criticar medidas de isolamento social anunciadas por governadores e prefeitos. Nas redes sociais, o discurso do filho de Bolsonaro foi ironizado.
Relatoria com o MDB
O filho do presidente também voltou a criticar a escolha do senador Renan Calheiros (MDB/AL) para a relatoria da CPI. Segundo ele, o emedebista "deveria se considerar suspeito, já que possui um filho que é governador de Estado".
"Obviamente que ele é uma pessoa que tem entendimento para estar na CPI, mas eu como sendo filho do presidente, apesar de ser senador também, tenho bom senso e não me mataria para estar nessa CPI. O senador Renan deveria fazer o mesmo", declarou.
Desde o início do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o governo tem atuado contra a proporcionalidade partidária no parlamento, o que acabou prejudicando o MDB, maior partido no Senado.
Vale lembrar que a proporcionalidade foi rompida quando o governo, ainda em 2019, apoiou a então candidatura de Davi Alcolumbre (DEM/AP) contra o nome de Calheiros à presidência da Casa.
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