Senadora diz que posição de Flávio Bolsonaro é 'totalmente equivocada'
Inconformada com a fala de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) durante a sessão de ontem da CPI da covid, Eliziane Gama (Cidadania-MA) se posicionou contra a "ironia machista" dele. Em entrevista à plataforma Celina, do jornal Globo, a senadora explicou os sentimentos que teve no momento e por que a comissão não tem mulheres para avaliar a gestão da pandemia.
"Minutos antes, eu havia deixado claro que, mesmo sem a gente ter participação na CPI, nós estaríamos atuando, participando das reuniões que ocorrerão nos próximos dias", disse. Eliziane entregou um requerimento pedindo compartilhamento de informações entre a CPI e a Comissão da covid, da qual ela faz parte.
"A gente não tem representação feminina por conta da representação partidária, e não porque a mulher não se dispôs a isso. Foi um posicionamento totalmente equivocado da parte do senador Flávio Bolsonaro", afirmou. Ela ainda disse que as mulheres ocupam os cargos com coragem e que o senador se recusa a admitir isso.
Para a senadora, a provocação de Flávio não foi verdadeira e a ironia dele causou uma forte reação nela e nas colegas presentes. "Daí eu ter retrucado, porque não se pode admitir a desqualificação das mulheres e questionar a disposição feminina", explicou.
Eliziane afirmou que a falta de mulheres na política é um resultado da pouca representação delas em partidos. "Então não tem como indicar (para CPIs)", pontuou. A senadora frisou que elas são totalmente capazes de participar de comissões, que possuem o discernimento, serenidade e diálogo para isso.
Ela ainda ressaltou que a bancada feminina tem atuado no combate ao avanço do coronavírus no Brasil e, especialmente, em ações para garantir a vacinação. Apesar disso, a proporção feminina ainda é pequena. "O Brasil tem a segunda menor participação (de mulheres) entre todas as Américas", falou.
Para Eliziane, o meio de conseguir maior participação política das mulheres é alterando a legislação. Questionada sobre ter votado a favor do impeachment de Dilma, a senadora afirmou que o ato não teve relação com gênero. "Não foi, nem de longe, nenhum veredito em relação à pessoa da presidente, da mulher presidente, mas à sua gestão", disse.
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