Covid: Randolfe cita Hitler ao criticar atuação de Bolsonaro; Girão rebate
Diante do avanço do número de mortos no Brasil, o vice-presidente da CPI da Covid no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a história vai julgar quem foi o responsável por este cenário. O senador fez um paralelo do atual contexto nacional citando as mortes que ocorreram nos campos de concentração da Alemanha, na época de Adolf Hitler.
Existia campo de concentração na Alemanha que levou ao morticínio de judeus. Existe morticínio em curso no Brasil hoje. Em algum momento a história vai julgar quem foi responsável por isso. Quem for o responsável por isso passará para a história da mesma forma que Hitler passou. A história tem espaço pra honra e para desonra, pra glória e vergonha. Cada um escolhe o lado que quer entrar pra história. Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid
Na contramão de Randolfe, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que também participou do debate, considerou a declaração do colega de Senado agressiva e disse que, mesmo com divergências em relação à postura de Bolsonaro na gestão da pandemia, esse tipo de comparação é "deselegante".
A história vai mostrar. A gente tem o trabalho de ajudar a história a mostrar, se tiver serenidade. A história está mostrando o que governos anteriores fizeram no país. Senador Eduardo Girão (Podemos-CE), membro da CPI da Covid
Em complemento, o senador afirmou:
Defendo o Brasil. Acredito que só esse governo ter tirado o PT do poder já fez papel histórico. Como vai ser daqui pra frente, temos que ter serenidade, mas não podemos antecipar calendário eleitoral no momento que está vivendo agora, enquanto batemos papo tem jeito precisando de leito Senador Eduardo Girão (Podemos-CE), membro da CPI da Covid
As declarações do parlamentar foram feitas na manhã de hoje, durante o UOL Debate, conduzido pela apresentadora Fabíola Cidral e pelo colunista Josias de Souza.
Negacionismo do governo fez 'cadáveres' surgirem
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), declarou na manhã de hoje que foi o negacionismo da gestão federal que fez com que os "cadáveres" das 400 mil vítimas fatais da covid-19 surgissem no Brasil.
Os cadáveres estão colocados. Foi o negacionismo que fez os cadáveres surgirem. São 400 mil brasileiros mortos. Não querer apurar responsabilidade dessa seria omissão gravíssima. Principalmente quando órgãos não fizeram Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid
As declarações de Randolfe foram feitas diante de questionamentos sobre a postura do ministro Paulo Guedes diante da pandemia.
Em contraponto, o senador Eduardo Girão, disse que é importante que a CPI não vire um "mero palanque político", mas não tira a razão do ministro Paulo Guedes. Ao mesmo tempo, Girão reconhece que o Brasil vive uma crise sanitária, econômica e social.
É fundamental ter ânsia de fazer reformas para socorrer pessoas. Mas já que foi definido fazer CPI, que faça CPI de verdade, não fake, técnica, sem ser pirotécnica, porque aí seria desumanidade e covardia com povo brasileiro. A gente precisa não fazer pré-julgamentos, que já começam a descredibilizar. CPI já começou equivocada com flagrante conflito de interesse entre relator que tem filho governador que é alvo do escopo de investigação Senador Eduardo Girão (Podemos-CE), membro da CPI da Covid
Lira questiona utilidade da CPI da Covid
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), questionou ontem a utilidade da CPI da Covid, e alegou que o Brasil ainda "não venceu a pandemia".
"A CPI é necessária como instrumento de fiscalização do Congresso, mas ela tem que ter senso de oportunidade. Você parar o congresso, o ministério, mobilizar toda mídia, ficar nessa briga, que é mais política e ideológica", disse Lira.
O progressista disse ainda que a CPI trará consequências para muitos atores. "Espero que caminhe em conformidade com a lei, mas o caminho desenhado é parcial. Acho que ela [CPI da Covid] está sendo superestimada, assim como os seus efeitos", afirmou.
Ministros da Saúde de Bolsonaro serão convocados
Nesta semana a CPI da Covid no Senado vai contar com depoimentos de todos os ministros da Saúde que passaram pela gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Estão previstos para depor Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello.
O atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, e o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antonio Barra Torres, também serão ouvidos pela CPI. O principal alvo de críticos ao governo é o ex-ministro Eduardo Pazuello, embora senadores independentes considerem que cada gestão tenha erros e acertos.
Pazuello será questionado sobre o atraso na contratação de vacinas; o estímulo ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada para tratar a covid-19; falta de insumos; ações de Bolsonaro contra o isolamento e uso de máscaras; conflito do governo federal e governadores.
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