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Lira questiona isenção de CPI e se diz discípulo de Maia em impeachment

Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

02/05/2021 22h01

Às vésperas da fala dos ministros do governo Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, questionou a utilidade da CPI da Covid. O progressista criticou a existência da comissão já que o Brasil "não venceu a pandemia".

"A CPI é necessária como instrumento de fiscalização do Congresso, mas ela tem que ter senso de oportunidade. Você parar o congresso, o ministério, mobilizar toda mídia, ficar nessa briga, que é mais política e ideológica", opinou. "O que ela vai produzir agora? Vai investigar casos pretéritos, não vai causar efeito imediato", disse o parlamentar ao Canal Livre, da Band News.

Nesta terça-feira, os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich comparecerão à CPI. No dia seguinte será a vez de Eduardo Pazuello, outro ex-ministro da pasta. Já na quinta-feira, os parlamentares vão questionar o atual ministro, Marcelo Queiroga, e o presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres.

Lira, que sempre se colocou contra a CPI, disse que os esforços dos parlamentares neste momento deveriam ser direcionados a "arrumar leitos, oxigênio, não deixar falta insumo".

Questionado sobre um possível impeachment com as investigações que serão feitas pela CPI, Lira disse ser "discípulo de Maia" em relação a esse tema. "O presidente da Câmara tem que ter um papel de neutralidade. Não posso pautar um pedido e achar que ele preenche os requisitos necessários para, depois, no Plenário, não ter votos, não ter mobilização de rua ou circunstâncias externas que mobilizem", explicou.

O Maia teve muita responsabilidade mesmo sendo contrário ao Bolsonaro. Ele não encontrou nos pedidos nenhum pressuposto para abrir uma medida extrema. É a mesma leitura que eu faço.
Arthur Lira

O progressista disse ainda que a CPI trará consequências para muitos atores. "Espero que caminhe em conformidade com a lei, mas o caminho desenhado é parcial. Acho que ela [CPI da Covid] está sendo superestimada, assim como os seus efeitos", afirmou.

Se questionam voto eletrônico, não custa mostrar que não tem erro, diz Lira

Durante a entrevista ao Canal Livre, da Band News, o parlamentar foi questionado sobre a discussão que se levanta sobre a segurança do voto digital, Lira disse que não vê "nada falho".

"Mas se há esse questionamento por um grupo importante de pessoas, de milhares de brasileiros, se o sistema não tem erros, não custa mostrar que não tem erros", sugeriu. Bolsonaro sempre criticou o voto digital e pediu para que as eleições no país fossem com voto impresso.

Na live dessa semana, o presidente chegou a dizer que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não faz auditoria das urnas. "O TSE tem que disponibilizar no site todas as sessões do Brasil." No entanto, o órgão realiza as auditorias e publica, em seu site, os boletins de urnas com o resultado do total de votos recebidos em cada seção.

O UOL Confere já detalhou como é feito o procedimento em outro texto.