'Problema não é bem na cabeça, é no coração', diz Mandetta sobre Bolsonaro
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse hoje que o problema do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não é na cabeça, e sim no coração, ao incentivar a aglomeração e o não uso de itens básicos, como a máscara de proteção facial, durante a pandemia da covid-19. A declaração ocorreu enquanto o ex-ministro era sabatinado por senadores na CPI da Covid, na tarde de hoje.
"O que se passa na cabeça do presidente [Bolsonaro], que é a pergunta da senadora Eliziane Gama [Cidadania-MA]... eu acho que a primeira coisa é que tem que ter sentimento para tomar decisão pela vida. E eu acho que o problema não é bem na cabeça, é mais o coração", respondeu Mandetta.
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) investiga ações e eventuais omissões do governo federal em meio à pandemia, além de fiscalizar recursos da União repassados a estados e municípios.
Mandetta deixou o comando do Ministério da Saúde em abril do ano passado, após embates com Bolsonaro e por se recusar a assinar um protocolo recomendando o uso de cloroquina para o tratamento da covid-19. Estudos afirmam que o medicamento não tem eficácia contra o coronavírus e podem até causar outros problemas de saúde.
O ex-ministro da Saúde é ouvido na comissão em condição de testemunha, e tem o compromisso de dizer a verdade. Caso contrário, poderá incorrer no crime de falso testemunho.
Sem máscara e com aglomeração
Repetidamente, o presidente Bolsonaro tem incentivado aglomerações —até mesmo em eventos oficiais realizados no Palácio do Planalto, em Brasília. Não raramente, o chefe do Executivo também aparece em público sem o uso da máscara.
O distanciamento social é recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pelo Ministério da Saúde como medida mais eficaz para controlar a disseminação do coronavírus. Aglomerações são vistas como potenciais focos de propagação da doença.
Da mesma forma, o uso de máscara é visto como medida importante no controle do novo coronavírus, sendo aconselhável inclusive para quem já teve a doença. Ainda não há estudos conclusivos sobre a possibilidade de reinfecção e o tempo de imunidade após a recuperação. Bolsonaro contraiu a doença em julho do ano passado.
Nesta segunda-feira (3), o Brasil alcançou 408.829 óbitos desde o início da pandemia, segundo dados obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretarias estaduais de saúde.
Foram registradas 1.054 mortes em decorrência da covid-19 em todo o país somente nas últimas 24 horas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.