Bolsonaro fala sobre ataque em creche, pede punição e cita prisão perpétua
Um dia depois, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou sobre ataque ocorrido em uma creche no município de Saudades, a 446 km de Florianópolis (SC), e pediu "punição exemplar" ao suspeito de ter cometido o crime. Em post publicado nas redes sociais, na noite de hoje, Bolsonaro também lamentou a inexistência de penas mais fortes, como a prisão perpétua, no Brasil.
O atentado que matou três crianças e duas mulheres aconteceu ontem na CEI (Centro de Educação Infantil) Pró-Infância Aquarela, voltado para crianças de até 3 anos. Elas foram golpeadas com uma arma branca, tipo facão. Após o ataque, o jovem tentou se matar, mas foi interrompido por populares e está internado na UTI, em recuperação pós-operatório.
"Difícil entender como um ser humano pode ser tão cruel a ponto de invadir uma creche e covardemente tirar a vida de inocentes crianças e suas professoras. Nesse momento, só Deus pode dar forças e confortar os corações daqueles que viveram esse terror na manhã de ontem", iniciou Bolsonaro, em seu perfil.
"Que a fé, na certeza do amor de Cristo e da justiça divina, seja o combustível para suportar a dor da perda, e que os céus acolham esses anjinhos, bem como as professoras Keli e Mirla, que deram suas vidas para proteger todas as crianças e agora descansam ao lado de Deus", prosseguiu.
"Embora lamentavelmente nossa Constituição não permita penas suficientemente severas para esse tipo de crueldade, como prisão perpétua, em respeito aos familiares pedimos que a justiça seja feita e o autor desse ato covarde seja punido de forma exemplar", concluiu o chefe do Executivo.
Segundo a Polícia Civil, o rapaz tinha o perfil reservado e vinha sofrendo bullying na escola. A apuração inicial dos policiais também aponta que o homem de 18 anos vinha maltratando animais e não queria mais ir à escola, onde cursava o ensino médio.
Ainda de acordo com a polícia, o jovem portava duas armas brancas, mas apenas uma delas teria sido utilizada no ataque. Ambas teriam sido compradas há pouco tempo. De acordo com o delegado da Polícia Civil Jeronimo Marçal, responsável pelo caso, o jovem chegou a afirmar que usaria os instrumentos para maltratar um animal de uma familiar.
"Ele brincou com ela que era para maltratar o bichinho que ela tinha em casa. Ninguém imaginava que ele faria isso", declarou ele, em contato com UOL,
Pedido de prisão preventiva
A Justiça catarinense acatou hoje o pedido do MP-SC (Ministério Público de Santa Catarina) para decretar a prisão preventiva do suspeito. A confirmação da prisão preventiva foi feita pelo delegado Marçal.
O delegado anunciou também que pediu o indiciamento do suspeito por cinco homicídios triplamente qualificados (motivo torpe, por meio cruel e sem possibilidade de defesa às vítimas) e uma tentativa de homicídio, já que uma das crianças sobreviveu.
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