Ernesto Araújo diz a CPI que missão a Israel foi ideia de Bolsonaro
O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo afirmou hoje ter surgido do próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a ideia de uma missão em Israel, entre 6 e 10 de março, para negociar a compra de medicamentos em estudo no tratamento da covid-19. Um desses fármacos seria um spray nasal, iniciativa que deixou o governo brasileiro entusiasmado. A viagem, no entanto, não resultou em avanços concretos.
As declarações foram feitas hoje, em depoimento à CPI da Covid, no Senado.
A missão nasceu de um telefonema de Bolsonaro entre o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, onde o primeiro-ministro falou com muito entusiasmo de dois medicamentos com potencial de cura da covid que estavam sendo desenvolvidos por dois diferentes institutos em Israel
Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores
Segundo Ernesto, foi o próprio Bolsonaro quem definiu que a liderança da comissão seria do ex-ministro. A viagem custou ao menos R$ 440 mil aos cofres públicos e contou com um total de dez pessoas, mas não teve resolutivas e retornou ao Brasil sem nenhum acordo.
O ex-chanceler também confirmou que a delegação enviada a Israel contou com as presenças do filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), do deputado bolsonarista Hélio Lopes (PSL-RJ), do assessor especial da Presidência Filipe G. Martins e do ex-chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) Fabio Wajngarten.
Na versão do ex-chefe do Itamaraty, os dois medicamentos estudados em Israel "tiveram suas fases de testes iniciais muito promissoras". O Brasil teria, portanto, tentado se "antecipar na formação de cooperações que permitam —idealmente, claro, se tudo der certo em um futuro próximo— termos acesso a [esses] medicamentos".
"Missão cumprida"
Ao retornar de Israel, em março deste ano, a assessoria do Itamaraty disse ao UOL que a missão "cumpriu com o objetivo de dar seguimento ao diálogo político e à cooperação científica e tecnológica, com ênfase na área de saúde, entre os dois países".
No mesmo momento, o ministério afirmou que, além das questões sobre a pandemia, o grupo tratou de segurança e tecnologia aeroespacial.
O secretário do Ministério de Ciência e Tecnologia Marcelo Morales, que estava na comitiva, afirmou durante uma transmissão ao vivo ao lado do presidente Jair Bolsonaro que os israelenses estavam desenvolvendo uma vacina.
Momentos antes da viagem a Israel, Bolsonaro mudou seu discurso e passou a atribuir aos imunizantes o motivo para o voo. O foco do Brasil, segundo a comitiva, seria o spray nasal desenvolvido por Israel e também em imunizantes contra a covid-19.
* Colaborou Ana Carla Bermúdez, do UOL
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