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'Cláusulas da Pfizer eram assustadoras naquela época', diz Pazuello

Rayanne Albuquerque e Hanrrikson de Andrade*

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

19/05/2021 11h29Atualizada em 19/05/2021 12h27

O general do Exército e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello justificou o atraso das negociações com a farmacêutica Pfizer, que desenvolve vacinas contra a covid-19, alegando que as cláusulas do contrato firmado à época eram "assustadoras".

É preciso compreender que a prospecção da Pfizer começou lá em abril e maio. Como discussões do tipo de vacina, estamos falando de vacina completamente diferente do que estamos acostumados, uma tecnologia que não era de conhecimento do Brasil e nós estávamos falando de uma empresa que não topava uma discussão da tecnologia conosco. Era porteira fechada, isso ou aquilo
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde

Pazuello e o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, senador Renan Calheiros (MDB-AL), iniciaram uma discussão após o ex-ministro ter rebatido a um questionamento de forma ríspida. Calheiros reforçou um questionamento sobre a rejeição de propostas de contrato com a Pfizer, ao que o ex-gestor da Saúde retrucou:

Pela simples razão de que sou o dirigente máximo, eu não posso negociar com a empresa. Quem negocia com a empresa é o nível administrativo. O ministro jamais deve receber uma empresa. O senhor deveria saber disso
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde

Após a resposta de Pazuello, os parlamentares começaram a discutir, alegando que esse tipo de resposta representava um "desrespeito". O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) declarou que Pazuello tem direito a não gostar como a forma do depoimento está sendo conduzida, mas que ele deveria respeitar o colegiado.

* Colaborou Ana Carla Bermúdez

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.