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Dallagnol lamenta morte de substituto na Lava Jato: "exemplo de coragem"

Alessandro Oliveira morreu nesta quinta-feira (20), vitima de um AVC - Pedro de Oliveira/Alep
Alessandro Oliveira morreu nesta quinta-feira (20), vitima de um AVC Imagem: Pedro de Oliveira/Alep

Colaboração para o UOL

20/05/2021 22h19Atualizada em 20/05/2021 23h27

O ex-coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dellagnol, lamentou nas redes sociais a morte do Procurador da República Alessandro Oliveira, seu substituto no comando da operação. Oliveira morreu na tarde de hoje, aos 45 anos. Ele sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e tratava de um câncer.

"A vida de Alessandro nos deixa um exemplo de coragem, de espírito público e de sacrifício pessoal em favor da população. Sua determinação em seguir adiante mesmo quando já passava por graves problemas de saúde passa para todos nós uma forte mensagem de que o amor e o serviço às pessoas dão significado e sentido à existência humana", escreveu.

Deltan Dellagnol se desligou das investigações que comandou por 6 anos, desde o início dos trabalhos, em setembro de 2020 para se dedicar à saúde de sua família. Ele foi substituído por Oliveira, que deu continuidade à operação. Na nota de pesar, o ex-coordenador relembrou seu desligamento e a escolha de seu substituto.

"No fim de agosto do ano passado, passei a refletir com os colegas da força-tarefa sobre quem seria um bom nome para levar à frente a coordenação da Lava Jato. A substituição era importante por conta de um problema grave de saúde na minha família que exigiria bastante da minha atenção".

No texto compartilhado em sua página no Facebook, Dellagnol ressalta a dedicação, experiência e proatividade do colega. "Apesar de ter várias razões para dizer "não", Alessandro respondeu imediatamente à minha consulta, sem qualquer hesitação. Não pediu tempo para pensar, não ponderou prós e contras e sequer perguntou a razão da minha saída. Disse na mesma hora que seria uma honra poder servir a sociedade à frente da operação que admirava e dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo feito".

O procurador-geral da República, Augusto Aras, também emitiu nota de pesar e prestou condolências aos familiares e amigos do chefe da Lava Jato. "O colega Alessandro fará falta neste momento em que estamos institucionalizando as forças-tarefas. Sua competência, dedicação, ponderação e lealdade ao MPF são exemplos a serem seguidos. Que o Divino Espírito Santo conforte a família, os amigos e colegas enlutados."

Membro do MP (Ministério Público) há 17 anos, Alessandro Oliveira estava afastado de suas atividades para cuidar de problemas de saúde e estava internado no Hospital Santa Cruz, em Curitiba para tratar de um linfoma pulmonar. De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), desde a ausência do procurador, o trabalho na operação Lava Jato segue sob os cuidados de membros e servidores que trabalham em conjunto há mais de sete anos.