Governo disse não a vacinas e estimulou aglomeração, diz Renan
O senador Renan Calheiros (MDB), relator da CPI da Covid, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o governo federal não queria comprar vacinas e estimulou aglomerações porque defendia a imunização de rebanho.
De acordo com o Renan, os oito depoimentos e os documentos recebidos desde a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito no dia mostram que "tem coisa comprovadas" em relação à conduta do governo comandado por Jair Bolsonaro (sem partido) no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
"Tem coisa comprovada, de que o governo não queria comprar vacina nenhuma, que defendia imunização de rebanho, por isso os estímulos à aglomeração e ao não uso de máscara. Tratativas nesta direção (de atrasar compra de vacinas) com a Pfizer, com a Coronavac, com a Índia, isso tudo está provado", disse.
Segundo o Estado de S. Paulo, Renan Calheiros ainda conversará com outros integrantes da CPI durante a semana para decidir se o relatório parcial, que redigirá após os 30 primeiros dias de trabalho, será um resumo ou já indicará conclusões.
Nesta primeira parte, a CPI se concentrou em ouvir ex-ministros e outros integrantes do governo federal. Na segunda parte, segundo o jornal, a tendência é de buscar a quantificação de quantas mortes poderiam ser evitadas se a conduta governamental fosse diferente.
"Vamos ouvir a academia, a ciência e receber os estudos das mortes evitáveis", disse Renan Calheiros.
Nestas primeiras semanas de trabalho, a CPI da Covid tem como um dos principais focos a demora para compra de vacinas por parte do Governo Federal.
Em relação à aquisição da Pfizer, por exemplo, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que há documentos que comprovam que a empresa tentou dez vezes entrar em contato com o governo federal para negociar a venda dos imunizantes. A primeira tentativa previa o início da imunização em dezembro de 2020, com 1,5 milhão de doses e mais 3 milhões no primeiro trimestre de 2021, segundo o parlamentar.
Outro ponto abordado por Renan, um possível estímulo para que a população atingisse uma chamada imunidade de rebanho de forma natural, parte de elementos como a demora para a aquisição de vacinas e a falta de uma campanha clara para incentivo do distanciamento social, defendido por especialistas para frear a disseminação do vírus.
Neste sentido, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sempre se posicionou contra medidas restritivas, sendo que frequentemente participou de aglomerações ao longo da pandemia. Em muitas ocasiões Bolsonaro também deixou de usar máscara, item considerado fundamental para limitar a circulação do vírus.
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