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Malafaia chama Aziz de "arregão" por não convocá-lo para CPI da Covid

Silas Malafaia (Pozzebom/ Agência Brasil) - Reprodução / Internet
Silas Malafaia (Pozzebom/ Agência Brasil)
Imagem: Reprodução / Internet

Do UOL, em São Paulo

26/05/2021 18h31

Após requerimento negado, o pastor e líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, chamou o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), de "arregão" por não convocá-lo para falar à comissão.

"O arregão do Aziz cheio de dedo para não me convidar para CPI . Quem fala da minha envergadura é o Renan [Calheiros, relator da comissão]", escreveu Malafaia, em seu perfil nas redes sociais. Ao UOL, a assessoria do senador disse que ele não vai se manifestar sobre os ataques do líder evangélico.

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Aziz negou colocar em votação requerimento do senador governista Marcos Rogério (DEM-RO), no qual convidava Malafaia para falar na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que investiga ações e omissões do governo federal durante enfrentamento da pandemia. Na semana passada, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já havia sugerido a sua convocação por se tratar de um conselheiro do pai.

"Eu tenho um respeito muito grande pelo pastor Malafaia. Já o recebi na minha residência quando eu era governador. É um líder espiritual muito forte no Brasil. E tenho certeza que os conselhos que o senador Flávio Bolsonaro disse [em sessão da CPI] eram 'conselhos espirituais' para que o presidente Bolsonaro tivesse força para enfrentar os problemas. Não creio que ele fizesse com ingerência dentro do governo. Portanto, eu estou indeferindo o seu pedido, não vou pautar isso", disse Aziz, ao negar o requerimento de Rogério.

Uma das hipóteses levantadas por parlamentares da oposição, na CPI, é a existência de um gabinete paralelo ao Ministério da Saúde para formulação de diretrizes para combater a crise sanitária. "Nunca vi argumento tão medíocre quanto esse, e vou dizer lá", disse Malafaia, em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo".

Lista de convocados; Malafaia está fora

A CPI da Covid aprovou hoje requerimentos de reconvocação do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e do seu antecessor, o general Eduardo Pazuello, durante reunião marcada por brigas entre senadores e tentativa de acordo frustrada.

A comissão também deliberou a convocação de nove governadores em exercício do mandato e do ex-governador do Rio Wilson Witzel.

Veja os convocados:

  • Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;
  • Marcelo Queiroga, ministro da Saúde;
  • Wilson Lima, governador do Amazonas;
  • Helder Barbalho, governador do Pará;
  • Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal;
  • Mauro Carlesse, governador do Tocantins;
  • Carlos Moisés, governador de Santa Catarina;
  • Antonio Denarium, governador de Roraima;
  • Waldez Góes, governador do Amapá;
  • Marcos Rocha, governador de Rondônia;
  • Wellington Dias, governador do Piauí;
  • Daniela Reinehr, vice-governadora de Santa Catarina;
  • Wilson Witzel, ex-governador do RJ;
  • Airton Antônio Soligo, ex-assessor especial no Ministério da Saúde;
  • Luana Araújo, ex-secretária de enfrentamento à covid do Ministério da Saúde;
  • Marcos Eraldo Arnoud Marques, conhecido como "Markinhos Show", ex-marqueteiro do Pazuello.

Outros nomes também vão ter que comparecer à CPI na condição de testemunhas.

Dos vários requerimentos aprovados hoje, destacam-se o do empresário Carlos Wizard (que atuou como conselheiro do ministro da Saúde), do ex-assessor da Presidência Arthur Weintraub (defensor do uso de cloroquina no tratamento da covid e irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub), do assessor para assuntos internacionais de Bolsonaro Filipe Martins e de especialistas favoráveis e contrários à prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada no enfrentamento à pandemia.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.