'Pleiteei autonomia, não insubordinação', diz ex-secretária da Saúde
A infectologista Luana Araújo disse hoje que "ciência tem um lado" e revelou, em depoimento à CPI da Covid, ter ouvido do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o compromisso de que teria "autonomia" no exercício da função.
"Pleiteei autonomia, e não insubordinação e anarquia", ponderou ela, chamada a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito na condição de testemunha.
A participação de Luana na CPI foi sugerida depois que ela deixou o cargo que assumiria no ministério, o de secretária de enfrentamento à covid, dez dias após ser anunciada. O desligamento ocorreu, segundo informações de bastidores à época, porque o Palácio do Planalto teria recusado a escolha do ministro Queiroga.
A médica atribuiu a sua saída da secretária a um atraso, sem justificativa concreta, para publicação em Diário Oficial do ato de nomeação. Na prática, Luana esteve à frente da subpasta do ministério apenas informalmente.
"O ministro me chamou e disse que lamentavelmente minha nomeação não sairia porque meu nome não tinha sido aprovado", relatou a depoente.
Luana relatou à CPI ter ouvido de Queiroga, "de forma afirmativa e concreta", que teria autonomia para trabalhar. Indagada a respeito das razões pelas quais outras áreas do governo teriam reprovado a nomeação, ela disse não ter conhecimento desse fato.
O que o ministro me apresentou foi um projeto sólido, baseado em evidências de superação desses obstáculos no contexto brasileiro e também a necessidade de alguém técnico e competente para conduzir esse trabalho. (...) Explicitei a ele, aceitaria o convite para essa posição se me fossem garantidas a autonomia necessária e sempre, sempre fossem respeitadas a cientificidade e tecnicidade.
Luana Araújo, médica infectologista
A médica elogiou as tratativas com Queiroga e defendeu que "ciência não tem lado".
"Ciência não tem lado. Ciência é bem ou mal feita. Ciência é ferramenta de produção e conhecimento para servir a população priorizando a vida e a qualidade de vida", afirmou.
O atual ministro da Saúde será chamado a depor novamente (em audiência marcada para o dia 8 de junho) e, de acordo com os membros da CPI já adiantaram, deve ser confrontado com as informações fornecidas por Luana.
*Colaborou Ana Carla Bermúdez
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