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Ex-secretária critica falta de mulheres na CPI e na ciência: "Grave"

Do UOL, em São Paulo

02/06/2021 15h37Atualizada em 02/06/2021 16h06

A médica infectologista Luana Araújo criticou a baixa presença de mulheres na CPI da Covid e também na ciência. Ela foi ouvida hoje na comissão do Senado que investiga a gestão do governo federal no enfrentamento contra a covid-19.

A gente trabalha em ambientes tão duros, tão complexos, tão masculinos, na sua imensa parte? Eu olho aqui por exemplo, não estou vendo nenhuma senadora. Isso para mim é muito grave. Para mim, como mulher, é bastante grave."
Luana Araújo

A própria presença de mulheres na CPI da Covid foi alvo de polêmica no início dos trabalhos da comissão pelo fato de as investigações serem conduzidas exclusivamente por senadores homens.

Depois de muita insistência, foi acordado que duas senadoras poderão participar das rodadas de perguntas aos depoentes das comissões. No entanto, as duas escolhidas, entre elas as senadoras Simone Tebet (MDB), Eliziane Gama (Cidadania) e Leila Barros (PSB), fazem um revezamento.

Fico feliz e gostaria que, se alguma coisa positiva conseguir sair desse momento, é que a gente precisa dar condições para as meninas chegarem onde elas quiserem, conhecerem as histórias positivas de mulheres na ciência, e entenderem que a gente tem muita coisa p contribuir."
Luana Araújo

A médica Luana Araújo foi convocada para ser ouvida devido à sua rápida passagem pela cadeira de secretária de enfrentamento à pandemia da covid-19. Indicada pelo ministro Marcelo Queiroga ela ocupou o cargo por apenas dez dias. De acordo com a médica, Queiroga informou que o seu nome "não passaria" pelo crivo da Casa Civil.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.