Vice na Câmara diz que AM pode virar 'novo RJ' se não reagir a ataques
O deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara, afirmou hoje que o estado do Amazonas pode virar um "novo Rio de Janeiro" se não reagir aos ataques que ocorrem no estado desde a noite do último sábado (5) após a morte de um traficante.
"Os maiores traficantes do Brasil e do mundo foram presos sem [o disparo de] nenhum tiro. Foram presos com inteligência, equipando bem a polícia, retomando a autoridade do estado", disse o vice-presidente da Câmara à GloboNews.
Se o Amazonas não fizer isso a partir de agora, o Amazonas passará a ser o novo RJ, com áreas da sua capital controladas completamente pelas facções criminosas. A hora de reagir é agora. Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara
Para Ramos, o que aconteceu no Amazonas é, primeiramente, inusitado. "Quando você tem o assassinato de um chefe do tráfico, você precisa fazer um plano preventivo de contenção, já que é absolutamente previsível que o tráfico vai reagir", pontuou.
"É preciso reagir com firmeza, mas firmeza não depende de justiceiros. Firmeza depende de inteligência policial", acrescentou, apoiando o trabalho das forças de segurança pública do Amazonas. "Merecem todo o nosso respeito e apoio", continuou.
Onda de violência em Manaus
Desde a noite do último sábado (5), Manaus vive uma onda de ataques, com registros de incêndio em diversos bairros da cidade. Segundo o governo do AM, eles estão sendo motivados pela morte de um traficante.
Pelos cálculos da Secretaria de Segurança Pública do AM, até a manhã de hoje, 15 ônibus e duas viaturas policiais foram incendiadas. Uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) também chegou a ser roubada e incendiada por criminosos.
Até a manhã de hoje, 16 pessoas foram presas sob suspeita de realizarem ataques na capital amazonense. Ontem, a delegada-geral da Polícia Civil do Amazonas, Emilia Ferraz, disse que 13 presos estavam envolvidos diretamente nos atentados.
Hoje pela manhã, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), pediu ao Ministério da Justiça o envio de homens da Força Nacional ao AM com o objetivo de "reforçar o trabalho das forças de segurança do Estado".
Criada em 2004, a Força Nacional de Segurança Pública tem, entre suas atribuições, executar atividades, em cooperação com os estados, de policiamento ostensivo em casos de perturbação da ordem pública e segurança das pessoas e do patrimônio.
O envio da Força Nacional pode ser solicitado expressamente ao Ministério da Justiça por governadores. O tempo máximo de atuação é de dois anos mas, geralmente, o auxílio é disponibilizado por períodos mais curtos ou até o esgotamento da crise que deu origem à solicitação.
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