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Elcio Franco diz que foi internado e tomou remédio ineficaz contra covid

Do UOL, em São Paulo

09/06/2021 14h25Atualizada em 09/06/2021 16h10

O coronel Antônio Elcio Franco Filho, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, declarou hoje, em depoimento na CPI da Covid, que chegou a ser internado quando foi infectado pelo novo coronavírus e que, na ocasião, fez uso da hidroxicloroquina, medicamento que são comprovadamente ineficaz contra a covid-19.

O médico me recomendou, eu tomei, na fase viral, que eu me lembre agora, hidroxicloroquina, ivermectina, nitazoxanida. E, depois, eu tomei anticoagulantes, tomei dexametasona injetável e tomei um antibiótico também.
Elcio Franco, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde

No caso da ivermectina, não há comprovação científica de eficácia — a atual orientação da OMS é que seja usada apenas em ensaios clínicos.

O ex-número dois do Ministério da Saúde durante a gestão do general Eduardo Pazuello disse que chegou a ter de 25% a 50% dos pulmões comprometidos pela doença e que seu quadro poderia ter sido "mais acelerado" se não tivesse feito uso desses remédios.

Questionado se tomou a medicação por conta própria, Elcio Franco respondeu que não e que "nunca defendeu a automedicação".

Tratamento precoce

O coronel também voltou a defender o tratamento precoce contra a covid-19 "com o medicamento que o médico julgar oportuno". Segundo ele, o tratamento precoce é a "melhor medida preventiva" para qualquer doença, como um câncer ou uma doença de pele.

"Nossa gestão do Ministério da Saúde defendia o atendimento precoce do paciente", declarou.

Elcio afirmou ainda que no tratamento precoce o médico precisa ter autonomia para fazer o diagnóstico, passar orientações ao paciente e prescrever as medicações que julgar mais adequadas.

"E, se ele for usar algum medicamento off-label [fora do uso indicado na bula], como vários são utilizados na saúde, que faça o esclarecimento para o paciente, que só poderá ser medicado com aquele medicamento se aceitar", disse.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.