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CPI: Pazuello, Ernesto e Wajngarten podem se tornar investigados, diz Renan

Senador Renan Calheiros (MDB - AL), relator da CPI da Covid -  FREDERICO BRASIL/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Senador Renan Calheiros (MDB - AL), relator da CPI da Covid Imagem: FREDERICO BRASIL/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

14/06/2021 15h16Atualizada em 14/06/2021 18h43

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que nesta semana um despacho será enviado ao presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), para que ao menos três testemunhas se tornem investigados.

O parlamentar chegou a citar o nome de Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, de Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, e de Fabio Wajngarten, ex-secretário especial de Comunicação. As declarações foram transmitidas em entrevista ao Jornal Hoje, da TV Globo.

Vamos fazer durante a semana um despacho comunicando essa nova fase e que agora teremos vários desses que mesmo comparecendo a comissão foram tratados como testemunhas, mas agora na condição de investigados, sim. Acho que esses três [Wajngarten, Pazuello e Araújo] são fortes candidatos a constarem nessa nova relação. Isso ainda vai ser decidido durante a semana
Renan Calheiros

Renan detalhou ainda que a medida em que as então testemunhas da CPI sejam colocadas como investigados haverá uma série de caminhos do processo penal.

Isso será necessário para requisitar documentos, fazer buscas e apreensões, além de executar o que ele considerou como "necessário em função de informações que começam a chegar".

A Comissão Parlamentar de Inquérito investiga ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais de recursos a estados e municípios para o combate da doença.

Crimes contra saúde "praticamente comprovados"

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, afirmou hoje que "crimes contra a saúde e contra a vida já estão praticamente comprovados". O parlamentar fez a declaração em entrevista à CNN, tomando como base os depoimentos obtidos pela comissão até agora.

O senador citou o "gabinete paralelo" que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a investir na hipótese não fundamentada sobre a imunidade de rebanho, que previa a contaminação em massa pela covid-19, ao invés de optar pelas imunizações por meio de vacinas, com efeitos cientificamente comprovados.

Na perspectiva de Aziz, Bolsonaro foi convencido a enfrentar a pandemia do coronavírus "do lado errado da ciência".

O parlamentar fez as declarações com base nas insinuações do presidente e do Ministério da Saúde de que medicamentos sem eficácia comprovada que integram o "tratamento precoce" — como ivermectina e cloroquina — podem combater a covid.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.