Renan diz que Queiroga voltará à CPI 'porque deixou a desejar' na 1º ida
O senador e relator da CPI da Covid no Senado Federal, Renan Calheiros (MDB-AL), disse hoje que o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, irá depor novamente porque "deixou muito a desejar" em sua primeira ida em 6 de maio. O novo depoimento de Queiroga será realizado amanhã.
O ministro Marcelo Queiroga vai voltar à CPI porque deixou muito a desejar da última vez que lá esteve. Ele não sabia de absolutamente nada das políticas públicas, o que havia recebido no ministério e não teve coragem de se manifestar sobre nenhuma declaração do presidente da república."
Renan Calheiros, relator da CPI da Covid no Senado, em entrevista à GloboNews
Durante o seu depoimento à CPI, Queiroga evitou contrariar publicamente o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e buscou dizer que há duas correntes na medicina, a favor e contra do uso da cloroquina para tratar a covid-19, mesmo que o medicamento não tenha eficácia científica contra o vírus. Após se esquivar das perguntas sobre cloroquina, o ministro declarou que não pretende julgar os posicionamentos de Bolsonaro sobre a pandemia.
O senador também afirmou que Queiroga "enganou" a CPI ao falar que tinha autonomia para gerir a pasta. Segundo Renan, o depoimento da médica infectologista Luana Araújo na última semana mostrou que o atual ministro está na mesma situação dos antigos responsáveis pela Saúde, que teriam sido orientados por Bolsonaro sobre quais ações tomar no enfrentamento ao novo coronavírus.
Em seu depoimento, Luana Araújo, que ocupou a cadeira de secretária extraordinária de combate à covid-19 durante pouco mais de uma semana, afirmou que o ministro lamentou por ela não assumir o cargo e declarou que o nome da médica "não ia passar pela Casa Civil".
"[Queiroga] Tentou passar a ideia que tinha autonomia para fazer a sua equipe, nos enganou, porque na mesma semana aconteceu o episódio [do depoimento] da doutora Luana Araújo, que escancarou definitivamente que a situação dele era a mesma situação dos ministros anteriores. Por isso ele está sendo convocado [novamente], para que ele efetivamente possa ajudar mais do ponto de vista da investigação", explicou Renan.
O relator ainda alegou que o ministério da Saúde atua como um "ministério paralelo" no qual a tomada de decisões sobre o enfrentamento da pandemia partia de outros agentes e da presidência em vez da própria pasta.
"O Ministério da saúde, a triste constatação, era um ministério paralelo. Que, aliás, continua paralelo sob o [comando do] ministro Queiroga, que demonstra um apego muito grande para continuar no cargo mesmo sem autonomia absolutamente para nada, muito menos para contrariar, como deveria fazer, a realização de uma Copa América no nosso país."
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