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AL: PM é exonerado e investigado após críticas a Renan e apoio a Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Marcos Vanderlei - Reprodução/Facebook
O presidente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Marcos Vanderlei Imagem: Reprodução/Facebook

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

14/06/2021 14h23Atualizada em 14/06/2021 14h25

A PM (Polícia Militar) de Alagoas exonerou do cargo de subcomandante de policiamento da capital e abriu um IPM (inquérito policial militar) contra o tenente-coronel Marcos Vanderlei após supostas críticas ao governador Renan Filho (MDB).

Vanderlei alega que foi informado da exoneração pelo comandante da PM [Wellington Bitencourt], que teria justificado a saída dele do cargo em um pedido da cúpula do governo do estado por causa das críticas que teria feito à gestão estadual e ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), além de ser apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A exoneração do militar do cargo no CPC (Comando de Policiamento da Capital) ocorreu no último dia 4. No dia 10, foi aberto inquérito para investigar sua conduta.

Em nota, a PM de Alagoas confirma que a apuração foi aberta "visando apuração de possível cometimento de crimes militares contra o Chefe do Poder Executivo Estadual".

A nota, porém, não faz qualquer menção ao motivo da saída do cargo dele do CPC.

"A Polícia Militar do Estado de Alagoas destaca que a hierarquia e a disciplina formam sua base institucional. Salienta também que a Corporação está subordinada administrativa e operacionalmente ao Governador do Estado, segundo legislação em vigor e conforme prevê a Constituição Federal", diz o texto.

Ainda segundo a PM, não há qualquer tipo de perseguição contra o militar. "A determinação para instaurar o IPM foi estritamente técnica, decorrendo, naturalmente, de uma obrigação legal não havendo, portanto, margem para qualquer ilação ou insinuação de motivação política na prática desse ato administrativo", afirma.

Procurado, o tenente-coronel Marcos Vanderlei informou ao UOL que não poderia falar sobre o caso e que está constituindo advogado em sua defesa no inquérito.

O militar, porém, confirmou que emitiu uma nota que circulou nas redes sociais alegando que a exoneração teria sido motivada por críticas ao governador e ao senador Renan Calheiros, "além de ser favorável do Presidente Bolsonaro (sic)".

Segundo caso

Esse é o segundo caso de militar investigado no estado por suposta manifestação política. A também tenente-coronel Camila Paiva, do Corpo de Bombeiros de Alagoas, está sendo investigada porque se vacinou com um cartaz "fora, Bolsonaro" e por participação em um ato contra o presidente no dia 29.

Já Vanderlei é declarado fã do presidente Jair Bolsonaro, com quem tirou foto durante visita a Maceió no último dia 13 de maio.

Na ocasião, Renan Filho não foi ao evento, no qual seu pai, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi chamado por Bolsonaro de "picareta" e "vagabundo".

Procurado pela reportagem, o governador Renan Filho informou, por sua assessoria de imprensa, que não iria se pronunciar sobre o caso.

Em nota oficial, a Assomal (Associação dos Oficiais Militares de Alagoas) afirmou que não foi oficiada nem pelo comando da PM, nem pelo militar (que não é associado da entidade) do caso. Entretanto, diz que, "como militar há postura e deveres diferenciados diante do Regulamento que o rege".

"Movimentação funcional faz parte do cotidiano castrense e cabe a Instituição Militar falar sobre tal. O fato em evidência merece atenção dos gestores das Corporações para devido esclarecimento e resolução cabível", diz.