Sem provas, Bolsonaro diz que multas por máscara são lucrativas para Doria
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que as multas pelo não uso de máscara impostas por estados estão sendo "um negócio muito lucrativo". Ao falar do assunto, ele mencionou especificamente o governador de São Paulo, João Doria,
Bolsonaro participou do programa Sic News, da SIC TV, afiliada da Record em Rondônia. Ele foi perguntado sobre a possibilidade da desobrigação do uso de máscara e se essa decisão ficaria a cargo dos governadores.
"Não, deixar na mão de governador e prefeito?", respondeu o presidente, que afirmou que ao participar de uma passeata de moto com seus apoiadores em São Paulo, andou em um trecho da Rodovia dos Bandeirantes e leu uma placa que dizia "Use máscara. Sujeito à multa".
Ele, porém, interpretou a mensagem de forma errada. Segundo Bolsonaro, a sinalização indicava que motoristas que estiverem sem máscara dentro dos carros, sozinhos ou acompanhados, seriam multados. A lei paulista, no entanto, não determina o uso obrigatório de máscaras dentro de veículos particulares.
O presidente continuou sua fala afirmando, sem mostrar dados que provassem a alegação, que os governos estaduais estão lucrando com as multas por falta de uso de máscara. "Tá sendo um negócio muito lucrativo, pelo menos para o governador de São Paulo".
Bolsonaro afirmou na última semana que iria determinar que pessoas vacinadas contra a covid-19 e aqueles que já tivessem contraído o vírus não fossem obrigados a usar máscara em locais públicos. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, depois afirmou que a medida estava em estudo, narrativa também adotada pelo presidente. Mesmo se a nova regra for adotada, leis locais que obrigam o uso se sobreporiam.
No último sábado (12), Bolsonaro e seu filho Eduardo, que é deputado federal por São Paulo, foram multados por não usar máscara na motociata. O presidente também já foi multado pelo mesmo motivo no Maranhão.
Bolsonaro equivoca-se mais uma vez, diz governo de SP
Em nota enviada ao UOL, a Secretaria de Estado da Saúde afirma que Bolsonaro "equivoca-se mais uma vez em seus comentários", ao associar a fiscalização do uso de máscaras ao "lucro".
"Infelizmente, além de não dar exemplo ao não utilizar a máscara de proteção facial e estimular aglomerações, faz críticas sem qualquer embasamento, ignorando o fato de que desde sua concepção e vigência, todo recurso proveniente destas autuações têm sido e continuarão sendo revertidos para as estratégias criadas e mantidas pelo Governo do Estado de São Paulo para salvar vidas", diz a pasta do governo paulista.
"Importante ainda esclarecer que todas as autuações são passíveis de recurso e o pagamento é responsabilidade do infrator que tem 10 dias após o recebimento da multa para entrar com pedido de recurso", acrescenta a secretaria estadual.
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